25° DIA
A PACIÊNCIA
Estamos todos de acordo: Não existe virtude prática queseja tão necessária na vida cristã como a paciência. Não
há dúvidas. Esta virtude faz com que a alma suporte
tranquilamente os incômodos e os sofrimentos da vida.
Quem não tem problemas e tribulações na vida? Quem
pode fugir dos incômodos? Quem pode fugir ao peso
cotidiano de provas e contrastes? Por isso "é necessário a paciência para cumprir a vontade
de Deus e conseguir os bens da promessa". (Hb 10,36). Paciência em casa e fora dela; no
trabalho e no colégio; com patrões e empregados... Quantas ocasiões todos os dias. Devemos
suplicar a Maria de conceder-nos esta virtude para podermos imitá-la, sempre doce, forte e
serena em meio às provas e às maiores fadigas. Em Belém, à procura de um lugar entre as
angústias, no Egito aonde chegou com Jesus menino, e S. José, fugitivos entre gente
desconhecida; nos três dias da busca de Jesus no Templo, com aquela amargura no coração,
na separação de Jesus ao início da sua vida publica com as precisões dos choques inevitáveis
com os fariseus, nas sequências dilaceradas do Calvário ao pés da Cruz de seu Jesus
adorado. A paciência de Maria! Veremos no Paraíso como a sua paciência superou a
paciência de todos os homens juntos.
Mostrou-lhe o Crucifixo
"Uma resposta doce acalma e raiva; o fogo não se apaga com o fogo, nem o furor se acalma
com o furor." - S. João Crisóstomo. Um dia S. Luzia de Marillac apresentou uma bebida a
um turco enfermo internado no Hospital. Este reage violentamente ao gesto de caridade,
jogando o copo na cara da freira. Sem abrir a boca, a Santa retirou-se; logo volta com outra
bebida e a mesma atitude do enfermo. A freira não diz nada e vai; volta outra vez e se
aproxima do enfermo e lhe dirige a palavra bondosamente a ponto do doente olhá-la e dizer:
"Vós sois uma criatura da Terra? Quem vos ensinou a tratar assim aquele que te ofende?"
Sem responder, a Santa mostrou-lhe o Crucifixo que trazia no peito. O mesmo aconteceu
com S. Maria Bertila, no Hospital de Treviso. Um dia um enfermo histérico lhe jogou o ovo
que ela lhe tinha levado. A Santa não se perturbou. Foi trocar o avental voltou com uma taça
de caldo: "Ficarás bem com este caldo", sorrindo, disse-lhe. O que não temos a aprender nós
com estes atos, nós que prontamente perdemos a paciência por bobagens.
Os caroços das cerejas
Jesus disse que com a paciência salvaríamos nossas almas (cf. Lc 21,19) E mais, com a
paciência se conquistam e salvam até as almas dos outros, porque o homem paciente vale
mais do que o homem forte e quem domina o caráter vale mais do que "um conquistador de
cidades" (Pr 16,32). S. José Cafasso era o Capelão dos condenados à morte. Por isso podia
entrar nas celas e ficar no meio deles. Parecia um anjo de serenidade e de paciência naquele
ambiente fedorento e repugnante. Levava-lhes sempre alguma coisa de presente. Um dia foi
um cesto com cerejas. Logo após, os encarcerados divertiam-se em atirar-lhes os caroços.
"Deixai-os. É a única distração que eles têm". Disse o santo. Com esta doce paciência ele
podia penetrar nos corações deles e prepará-los para enfrentar a morte beijando o Crucifixo
e invocando Maria.
Esposas e Mães pacientes
Muitas vezes é, sobretudo, em casa que precisamos exercitar-nos na paciência. S. Paulo
recomendava aos Efésios de "comportarem-se com toda a humildade, mansidão e paciência,
suportando-vos com amor" (Ef 4,2). Quantas brigas e problemas se poderiam evitar com
poucos grãos de paciência e de silêncio. Quando as amigas perguntaram a S. Mônica como
fazia para viver em paz com um marido tão insensível e violento, respondia: "Tenho um
freio em minha língua". Quem não se lembra de como S. Rita chegou a converter o marido
vulgar e brutal? Sofrendo em silêncio: "com muita paciência nas tribulações, nas
necessidades, nas angústias" (2 Cor 6,4). Grande também foi a paciência da ditosa Anna
Maria Taigi, mãe de 7 filhos. Cada dia eram provas que a pobrezinha devia enfrentar pelas
estranhezas do marido pouco gentil, pelos problemas dos filhos que precisavam de uma boa
formação, pelas contrariedades e incômodos que acontecem inevitavelmente em cada
família. Um dia quebraram-lhe um magnífico vaso de cerâmica que era uma preciosa e cara
recordação de família. A Santa olhou os cacos e disse serenamente: "Paciência! Se o
soubessem os negociantes de cerâmicas ficariam contentes. Precisam viver também, não?
"Esta paciência é um dos frutos mais preciosos do Espírito Santo (cf. Gl 5,22).
Olhemos para Ela
O primeiro dote da caridade é a paciência! (cf. I Cor 13,4). A maior caridade traz consigo a
maior paciência. Por isso Maria, Mãe do Amor, é exemplar perfeitíssimo e fonte da nossa
paciência. Ela viveu com a alma transpassada por uma espada (cf. Lc 2,35) Olhemos este
fato e aprendamos saber aceitar com paciência heróica até um punhal enfiado no coração.
Ela foi a Virgem oferente não só no Templo, mas também, e, sobretudo, no Calvário
(Marialis Cultus, n.20). Apeguemo-nos a Ela para atingirmos a energia do amor paciente e
oferente nas tribulações da vida e da morte.
Votos
- Tratar gentilmente e sorrir para quem te maltrata;
- Oferecer cada pequeno espinho do dia a Maria;
- Meditar sobre as dores de Maria
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