domingo, 29 de abril de 2018

Os ruídos na Igreja

Mundo ruidoso, Igreja ruidosa!

Um lugar silencioso relacionados
Imagem do filme "Um lugar silencioso" de John Krasinski - 2018.

A Igreja nos tempos atuais ecoa o que há de pior no mundo, e não é diferente em relação aos ruídos. Infelizmente nestes tempos difíceis, a Igreja "em saída", que vai em busca - e não mais seduz -, encontra o que há de pior e não dá mais o que tem de melhor ao mundo, e com isso, tende-se a cada vez mais abrir-se para o ruidoso e o hostil arrombá-la porta a dentro; quando era preciso, e sempre foi, ser luz nas trevas, e nesta travar a luta que persiste e persistirá até o fim dos tempos.

O ruído, tão desejado por Satanás e sua legião, assusta os que tem sensibilidade e alegra a loucura caótica, "nonsense", de gente que não se preocupa com a verdade, devorando-as num mundo cada vez mais relativista.

As nossas Missas estão muito ruidosas, salvas algumas exceções em que padres piedosos e comunidades preparadas a celebram corretamente.

Relato a seguir a minha experiência com tais ruídos:

O ruído já começa meia hora antes com os músicos ensaiando os cantos, muitas vezes com instrumentos "pesados" como percussão, bateria, contra-baixo; sem contar os próprios cantos que muitas vezes se confundem ritmicamente com músicas mundanas de forró, baião, rock, e por aí vai. Logo após, o canto de entrada começa a todo vapor com viradas de bateria e slappings de contra-baixo.

Não acabando o pesadelo sonoro, o canto de "Ato Penitencial" é uma verdadeira penitência, onde os  cantos mais dispersam que interiorizam. Não dá nem fôlego e já entona-se o "Glória". Parece que aqui a coisa ferve de vez; aí todo mundo cai num alvoroço só, com palmas, agitando as mãos pra cima, o som alto, e por fim encerra-se com o "Ôoooreêemooooooss!" que quebra o gelo do show. Mas por pouco tempo.
O resto da Missa prossegue com mais ruídos e também com poluição visual. Desta vez, pessoas entram com cartazes e alguns "personagens" de "não sei o quê" ao som de sanfona e triângulo, quando de repente entra uma senhora com saia cumprida e espalhafatada - estilo mãe de santo - com uma peneira adornada com fitas coloridas, dançando e cantando, carregando no tal "balaio" o Lecionário. Palmas e mais palmas calorosas quando o padre a recebe trazendo consigo a palavra de Deus. Acaba o carnaval, a rainha da escola de samba sai sorridente (pensando que prestou um ótimo serviço a Deus) abanando o seu vestidão e limpando o suor da testa devido ao gingo da dança.

A assembléia se assenta para ouvir a primeira leitura e eu ainda ouço o zunido nos meus ouvidos a me pertubarem.

O salmo é cantado mais solenemente, meus ouvidos se sentem melhor, mas o canto é muito dispersivo, com melodias que mais parecem um teste de "The Voice" ou coisa parecida.

Segunda leitura: Há um alívio novamente.

Termina a segunda leitura e começa outro momento de agitação: É o "Aleluia".
O padre então inicia o santo Evangelho; o meu coração palpita, e quando o termina, uma saraivada de palmas ensurdecedoras (nessa hora, as crianças de colo são despertadas com o barulho do show de calouros). Acalmo-me e sento para escutar a homilia. Começa o converseiro novamente e as crianças - que acabaram de sair do estado de dormência - começam a gritar. Algumas mães quase que amarram os enfurecidinhos no banco, enquanto outras, mais sensatas, vão para fora com suas criaturinhas frenéticas.

Inicia-se o "Creio em Deus Pai" depois de uma homilia em que foi possível pegar uma coisa ou outra em meio a tanto zum-zum-zum.

O resto da Missa segue com mais barulho nos momentos do "Ofertório" e do "Santo". Então chega o momento da "Paz de Cristo" - não sei porque ainda insistem nisso - e o "pau quebra" outra vez!

Incia-se o "Cordeiro" - ainda vejo pessoas se cumprimentando dando a "paz" umas as outras.

Começa o canto de comunhão e o pessoal da música - dessa vez - se comporta melhor, mas não por muito tempo. Bastou o padre encerrar a Missa e a "pancada" musical desceu pesada outra vez.
Dessa vez foi o canto  tapa final. Fui expulso da Missa à chutes nos ouvidos.

Volto pra casa chorando com dores de cabeça e vou correndo para o meu cantinho de oração. Lá eu coloco o canto gregoriano bem baixinho, vislumbro a imagem de Nossa Senhora do Rosário, rezo e agradeço a Deus pelo domingo. Termino traçando o sinal da cruz.

É vida que segue. Domingo que vem tem mais "penitência" sonora e visual.
Eu sou Católico fiel, eu aguento. Mas há um lugar silencioso e sem ruídos na Igreja?

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Primeiro mandamento do catequista: Amar a Igreja! (Parte III)

Participar da Igreja

Resultado de imagem para participar igreja catolica

Vimos nos artigos anteriores - (aqui) e (aqui) - a importância de conhecer a Igreja para poder amá-la. Não esqueçamos que , nestes primeiros passos, é preciso estar com a Igreja. Não basta conhecê-la e amá-la, é preciso estar com ela. E esta presença se faz com a participação.
É como um casal recém apaixonado que se conheceram e se apaixonaram, e logo não querem mais se separar. Andar com a Igreja, estar dentro, rezar junto, ir aos encontros, às Missas, às festas da comunidade, às novenas, ir a todos os compromissos que se permite participar. Isto é caminhar com a Igreja, participar ativamente.

Portanto cuidado! Visto que muita gente deixa suas casas em um tremendo "furdunço" para ir a Igreja e ficar todo o tempo por lá. A família carece de atenção, e estando esta bem, tudo andará bem.
É preciso cuidar de casa, dedicar seu tempo a ela, deixá-la em ordem para assim poder usufruir de todas as graças que são derramadas por Deus na Igreja.
Há muitíssimos exemplos de gente que larga a casa desarrumada para "fugir" para a Igreja, como uma válvula de escape. Este comportamento irresponsável gera maus frutos, como por exemplo filhos confusos na fé ou envolvidos em más amizades, maridos se alcoolizando ou carecendo de companhia. Não adianta recorrer à Igreja e procurar milagres se não se faz presente em casa. Convide a família, e se ela não quiser, reze em casa o terço, uma novena, ou uma oração mais breve com todos presentes. Pouco a pouco eles vão percebendo o bem que faz a oração em família, e logo estarão indo à Igreja. Ser Igreja em casa também é uma realidade reconhecida como Igreja Doméstica.

Façamos este propósito de caminhar com a Igreja e participar ativamente nela; porém com cautela e cuidado para não esquecer de dar a merecida atenção com a casa ,e claro, com a família.

Links anteriores:

Parte I
Parte II

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Primeiro mandamento do catequista: Amar a Igreja! (Parte II)

Conhecer a Igreja!

Resultado de imagem para A história da Igreja catolica


Vimos no artigo anterior (aqui) que é preciso conhecer a Igreja para poder amá-la. E está aqui a razão de inúmeros fiéis abandonarem a sã doutrina e se aventurem em seitas perniciosas justamente por não procurá-la e conhecê-la.
É preciso apresentar a Igreja e toda a sua história e trajetória ao longo dos séculos, as suas lutas contra as heresias, as histórias dos santos mártires, os concílios realizados, os dogmas de fé, os ensinos dos Papas. São inúmeras chances que o catequista possui para apresentar esta linha histórica aos seus catequizandos, e porque não, um método de conversão. Há muitas pessoas que se convertem ao catolicismo ao se depararem com a história da Igreja e a patrística, inclusive os protestantes. Por que isso? Porque muitos não entendem a missão da Igreja desde o início e cai num estapafúrdio sem fim, ao procurar conhecê-la entendem o verdadeiro sentido de sua missão. Esta ilusão causa a cegueira e o deslumbre de uma caricatura inexistente da Igreja, levando ao "crente' mais descrer na fé cristã do que crer - vimos por exemplo doutrinas que se dizem cristã pregarem absurdos nada compatíveis com o evangelho.

Apresentar a história da Igreja é fazer-se conhecê-la. Quando conhecemos alguém, no primeiro momento, não nos interessamos de seu passado, mas daí, quando começa-se a crescer uma amizade, inicia-se as perguntas: - O que fazias? da onde vens? Com Igreja é a mesma coisa, e é por isto que muitos se apaixonam com esta forma de olhar e de conhecer.
Quando me converti ao catolicismo foi esta a chave que abriu a porta de encontro com a Igreja. Muito estudioso e pesquisador que era, fui comprar livros e procurar tudo sobre esta tal "Igreja Católica Romana", e não deu outra, me apaixonei perdidamente por ela.
Resultado de imagem para porque sou católico
Agradeço ao professor Felipe Aquino, pois os seus livros muito me ajudaram. O primeiro livro católico que adquiri (guardo em minhas lembranças com se fosse hoje) foi o "Por que sou Católico".
Convido a adentrar neste caminho e se apaixonar pela Mãe Igreja. Sua vida irá mudar.

Deus o abençoe!


Primeiro mandamento do catequista: Amar a Igreja! (Parte I)


terça-feira, 24 de abril de 2018

Primeiro mandamento do catequista: Amar a Igreja!

 Amar a Igreja!


É preciso conhecer a Igreja para amá-la. Não há outro caminho. Quando encontramos alguém e nos apaixonamos, oficializamos o namoro, o noivado e por fim o casamento. E todo este processo, desde o início, fora importante - antes de tudo - conhecer a pessoa à qual irar-se unir e constituir uma família.
Com a Igreja não é diferente. É preciso conhecê-la para poder amá-la. E está aí o grande problema da catequese hoje; catequistas engajados com o seu compromisso e com a comunidade, mas não com a Igreja. Então fala-se daquilo que desconhece, e principalmente sem amor.
É preciso amar a Igreja, mostrar aos catequizandos a sua beleza, a vida daqueles que morreram por ela, dos Papas, do Sagrado Magistério, e também desmitificar as atrocidades que foram criadas em torno dela para difamá-la.
Começamos a estudar o catecismo, procurar na internet fontes confiáveis de padres e estudiosos que manifestam esse amor pela a Igreja, e não somente o conhecimento, e sim, uma profunda procura pela verdade.

Se o primeiro mandamento do Cristão é amar a Deus sobre todas as coisas, o catequista além disto (óbvio), deve amar também a Igreja acima de tudo.
A escolha pela Igreja não é somente uma escolha, como se todas as religiões fossem boas e que contivessem a verdade. Não! Somente na Igreja Católica Cristo Deus se manifestou e nos deixou as suas testemunhas (Igreja), para anunciá-lo até que Ele volte.
Permaneçamos firmes na fé, e a exemplo da Virgem Santíssima, não nos afastemos do Senhor, nem da Cruz e muito menos do céu.

Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós