quarta-feira, 1 de abril de 2015

A cruz: Escudo do cristão

Impossível é não meditar na cruz na semana santa e no sinal que esta nos representa. Com isto, o nosso então cardeal Joseph Ratzinger - Papa Bento XVI - escreve sobre o sinal da santa cruz em seu famoso livro "Introdução ao Espírito da liturgia". Vejamos:


"O gesto fundamental da oração do cristão é, e permanece, o sinal da cruz. É uma profissão, expressa por meio do corpo, de fé em Cristo Crucificado, segundo as palavras programáticas de são Paulo: 'Nós ao contrário, anunciamos um Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os pagãos. Cristo, no entanto, é o poder de Deus e a sabedoria de Deus para os escolhidos, quer judeus, quer gregos' (1Cor 1,23s). E ainda: 'Entre vós, eu não quis saber de nada a não ser Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado' (2,2). Marcar a si mesmo com o sinal da cruz é um sim, visível e público, Àquele que sofreu por nós; Àquele que tornou invisível o amor de Deus até o extremo; ao Deus que não governa por meio da destruição, mas através da humildade do sofrimento e do amor, que é mais forte que todo o poder do mundo e mais sábio que toda a inteligência e de todos os cálculos do ser humano. O sinal da cruz é uma profissão de fé: eu creio n`Aquele que sofreu por mim e ressuscitou; n`Aquele que transformou o sinal do escândalo em um sinal de esperança e do amor presente de Deus em nós. A profissão de fé é uma profissão de esperança: creio n' Aquele que em sua fraqueza é o Onipotente; n' Aquele que, exatamente na aparente ausência e extrema fraqueza, pode me salvar e me salvará. No momento em que fazemos o sinal da cruz em nós, colocamo-nos sob a proteção da cruz, colocamo-la diante de nós como um escudo que nos protege nas tribulações dos nossos dias e nos dá a coragem para prosseguir adiante. Nós a tomamos como um sinal que nos aponta o caminho a seguir: 'Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me' (Mc 8,34). A cruz nos mostra o caminho da vida: o seguimento de Cristo.

Introdução ao Espírito da liturgia, 
Cardeal Joseph Ratzinger - Papa Bento XVI - Cap II, (2) páginas 147 e 148