quinta-feira, 31 de maio de 2018

Um mês com Maria - 31° dia


31° DIA
O SANTO ROSÁRIO

Em Lourdes e em Fátima, Nossa Senhora apareceu para nos recomendar particularmente o Santo Rosário. Em Lourdes, Ela mesma desfiava a esplêndida coroa enquanto Santa Bernadette recitava as Ave-Marias. Em Fátima, a cada aparição, Maria recomendava a recitação do Santo Rosário. Ainda mais na última aparição, em que Ela se apresentou como Nossa Senhora do Rosário.
É verdadeiramente grande a importância que Nossa Senhora deu ao Rosário. Quando em Fátima falou da salvação dos pecadores, da ruína
de muitas almas ao Inferno, das guerras e do destino da nossa época,
Maria indicou, recomendou como oração salvífica o Rosário. Lúcia
dirá uma síntese que "desde que a Virgem Santíssima deu grande eficácia ao Santo Rosário,
não existe problema material, espiritual, nacional ou internacional que não se possa resolver
com o Santo Rosário e com os nossos sacrifícios."

Salva e santifica

Um episódio de graça. S. José Cafasso, numa manhã, passando pelas ruas de Torino,
encontrou uma pobre velha que caminhava toda curva, recitando devagarinho o Rosário.
Indagou-a porque rezava tão cedo. Ela disse que estava limpando as ruas. Confuso, pediu
que lhe explicasse o que queria dizer. Ela respondeu que naquela noite, nas ruas daquela
vila, havia sido noite de carnaval, havendo muitos pecados. Rezando o Rosário, ela
perfumava o local manchado pelo pecado. Veja: o Rosário purifica nossa alma das culpas e
as perfuma com a Graça. O Rosário salva as almas. S. Maximiliano escrevia na sua
agendinha: "Quantas coroas, quantas almas salvas!" Pensamos nisso? Todos poderíamos
salvar almas recitando coroas do Rosário. Que caridade de inestimável valor seria esta. O
que dizer das conversões dos pecadores obtidos com o Santo Rosário? Deveriam falar S.
Domingos, S. Luis Maria Grignon de Montfort, S. Cura d'Ars, S. Pe. Pio de Pieltrecina... O
Santo Rosário faz bem a todos: aos pecadores, aos bons, aos santos...

Quando a S. Felipe Néri perguntava qual oração escolher, sem hesitar, respondia: "O
Rosário! Recitai-o amiúde!" Também a Pe Pio lhe perguntou um filho espiritual qual oração
preferir para toda a vida. Pe Pio respondeu logo: "O Rosário!" Sobretudo os santos
demonstraram a eficácia da graça do Rosário. Estes foram verdadeiros apóstolos do
Rosário: S. Pedro Canísio, S. Carlos Borromeu, S. Camilo Lélis, S. Antônio Maria Gianelli, S.
João Bosco... Entre os maiores, talvez, sobressaia-se S. Pe Pio. No seu exemplo existe um
prestigioso grau de sobre humano, pois ele chegou a recitar mais de cem rosários, todos os
dias, por muitos anos. Um modelo gigante que garantiu a fecundidade do Rosário para a sua
santificação e para a salvação das almas. Quantos milhões de almas não foram
misteriosamente atraídas por aquele frade que por horas e horas, dia e noite, desfiava a
coroa aos pés de Nossa Senhora entre as mãos sanguinolentas de chagas? Ele demonstrou
verdadeiramente que "o Rosário é corrente de salvação pendurada nas mãos do Salvador e
da sua Ditosa Mãe e que indica de onde descem a nós as graças e por onde deverá subir de
nós cada esperança” (Papa Paulo VI).

Todos os dias a coroa

Toda a oração, toda a ciência e todo o amor de S. Bernadette parecia consistir no Rosário.
Sua irmã Tonieta dizia: "Bernadette não faz nada além de rezar. Só sabe desfiar o Rosário".
O Rosário é uma oração Evangélica, Cristológica, Contemplativa em Companhia de Maria
(Marialis Cultus, n.44-47) .

Louvor e impetração cobrem as Ave-Marias fazendo escorregar a mente para o mistério
presente na meditação. Que isto seja aos pés do altar ou pela rua, não é um obstáculo para o
Rosário. Quando a mente se recolhe dirigindo-se a Maria, pouco importa se estamos na
Igreja ou no trem, caminhando ou voando de avião. Esta facilidade que o Rosário oferece a
quem quiser recitá-lo aumenta a nossa responsabilidade. É impossível não achar um quarto
de hora para oferecer uma coroa a Maria. Em qualquer lugar, a qualquer hora, com qualquer
pessoa, sem livros nem cerimônias, em bom tom ou murmurando... Pensemos nos Rosários
recitados nos quartos de hospital por S. Camilo de Lelis e por Santa Bertila Boscardin, pelas
ruas de Roma por S. Vicente Pallotti; nos trens e nos navios por S. Francisca Xavier Cabrini,
no deserto do Sahara por Frei Carlos Foucolad, nos palácios reais pela Venerável Maria
Cristina de Savóia, nos campos de concentração e no bunker da morte por S. Maximiliano
Maria Kolbe, sobretudo na família da Beata Ana Maria Taigi; pelos pais de S. Teresa, pela
mãe de S. Maria Goretti... Não percamos tempo em coisas vãs e nocivas, quando temos um
tesouro para valorizar como o Santo Rosário. Digamos e prometamos a Maria a conclusão
do mês mariano: cada dia uma coroa do Rosário para Ti, ó Maria.

No Coração Imaculado

Em Fátima, o Rosário foi o dom do Coração Imaculado de Maria. E nós queremos concluir o
mês mariano depondo nosso Rosário no Coração da Imaculada com empenho de recitá-lo
cada dia. O Rosário e o Coração Imaculado de Maria assinalarão o triunfo final do Reino de
Deus para esta época. A devoção ao Rosário e a devoção ao Coração de Maria dizem que as
almas devotas do Rosário e do seu Coração Imaculado "Serão prediletas por Deus e como
flores serão colocadas por mim junto ao seu Trono". Queira Ela mesma acender e conservar
aceso em nós o amor ao Rosário e ao Seu Coraçao Imaculado.

Votos

- Recitar um Rosário em agradecimento;
- Oferecer uma Santa Missa e uma comunhão em agradecimento;
- Consagrar-se ao Coração Imaculado de Maria.

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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Um mês com Maria - 30° dia


30° DIA
A DEVOÇÃO À NOSSA SENHORA

Muito conhecido, mas sempre belo e significativo este episódio: Uma mãe ensina seu filho como fazer o sinal de cruz. Pega sua mãozinha e leva à testa: "Em nome do Pai, Filho e Espírito Santo. Amém. Repete comigo." "Mas, mãe, onde está a Mamãe?" Comovente intuição. A presença da mãe não é secundária para a vida cristã. Ou seja: a devoção
a Nossa Senhora não é absolutamente um ornamento a mais, mas é indispensável. Ao contrário, Jesus obscurece-se quando Maria está à sombra - escreveu o Pe. Faber - ou seja, sem a devoção mariana, decai até o amor a Jesus. Neste sentido, o grande S. Afonso Maria de Ligório queria a presença de Maria em tudo o que fazia. Quando pregava, queria a imagem dEla junto aonde estava pregando. Disse àqueles que estavam perto: "Hoje não fará grande efeito
o sermão, porque Nossa Senhora não está aqui". A Igreja ensina que a devoção a Maria é moralmente necessária ao cristão para se salvar, porque é elemento qualificador de piedade genuína da Igreja (Marialis cultus, introdução) E ainda: a piedade da Igreja através da Virgem Maria é elemento intrínseco do culto cristão (Ivi,56.) Nunca poderemos ficar
conformes a Jesus se não amamos Maria Santíssima como Ele. Este é o elemento
fundamental da vida cristã, dizia o Papa Pio XII. Maria deve ocupar em nossa vida o lugar
que a mãe ocupa na família, ou seja, o lugar do centro vital, de coração e de amor. O que é
uma família sem mãe?

Ela nos une a Jesus

"Se Deus nos predestinou para sermos conformes ao seu Filho (cf. Rm 8,29), Maria - diz S.
Luis Maria Grignion de Montfort - foi a fôrma que formou Jesus e que continuou a formar
Jesus em todos os que a Ela se entregam". Esculpir uma estátua exige um grande trabalho;
servir-se de uma fôrma é muito mais simples. Por isso os devotos de Maria podem ficar
conformes Jesus no modo mais rápido, mais fácil e mais agradável, dizia S. Maximiliano
Maria Kolbe. Quando está fora do lugar, a mesquinha preocupação de quem considera a
Devoção a Maria com certa suspeição, ou com o metro na mão, porque teme que se possa
exceder, comprometendo a plenitude da vida cristã e da mais alta santificação. É próprio
todo o contrário. A Igreja o ensina boníssimo. S. Pio X, em uma encíclica mariana,
recolhendo a voz dos padres e dos santos, escreve: "Ninguém no mundo, quanto Maria,
conheceu fundo Jesus. Ninguém maior é mestre e melhor guia para fazer conhecer Cristo.
Por consequência, ninguém é mais eficaz do que a Virgem para unir os homens a Jesus." O
Concilio Vaticano II pontualizou que a devoção Mariana não só não impede minimamente o
imediato contato com Cristo, mas o facilita (Lumen Gentium, n.0). O Papa Paulo VI
acrescentou que Maria não só favorece como tem a missão de unir a Jesus para reproduzir
nos filhos os lineamentos espirituais do Filho primogênito (Marialis Cultus, n.57). Que
tesouro, então, é uma ardente devoção a Maria!

Ela nos leva ao Paraíso

S. Gabriel de Nossa Senhora das Dores disse ao seu Padre espiritual: "Padre, eu tenho
certeza de ir para o Céu." "E como o sabes?" Perguntou o Padre. "Porque já estou lá! Amo
Nossa Senhora, então estou no Paraíso!" É assim mesmo! O amor a Maria é sinal de
predestinação, garantia do Céu, é amor de Paraíso. Este é ensinamento comum da Igreja.
Basta lembrar aqui 3 grandes Doutores da Igreja.

S. Agostinho diz que todos os predestinados se acham fechados no seio de Maria, por isso o
amor a Maria é um sinal precioso de salvação. S. Boaventura diz que quem é assinalado pela
devoção mariana será assinalado no livro da Vida. S. Afonso de Ligório assegura que quem
ama Maria pode estar tão certo do Paraíso como se já lá se encontrasse. Se é sinal de
predestinação, então a devoção a Maria deve ser como o tesouro escondido no campo do
qual fala Jesus no Evangelho (cf. Mt 13,44). E precisamos mesmo tomar cuidado e cultivar
mesmo a devoção mariana porque S. Leonardo de Porto Maurício chega a dizer que é
impossível que se salve quem não é devoto de Maria. E tem razão. O porquê diz S.
Boaventura: "como por intermédio d'Ela, Deus desceu até nós e ascendamos até Deus, e
então ninguém pode entrar no Paraíso se não passa por Maria que é a porta". Por isso
quando S. Carlos Borromeu fazia pôr a imagem de Nossa Senhora em todas as portas das
Igrejas, queria mostrar aos cristãos que não se pode entrar no Templo do Paraíso sem
passar pela "Porta do Céu". Como conclusão, se temos a devoção a Maria, devemos guardá-
la e cultivá-la com grande amor. Se não a temos, peçamo-la com todas as forças como dom
de Graça principal deste mês de maio. Lembremos a esplêndida sentença de S. João
Damasceno: "Deus faz a graça da devoção a Maria àqueles que deseja salvar". Que esta graça
ocupe todo nosso coração. É uma graça que vale o Paraíso. Tinha razão S. Pe Pio ao dizer
que a devoção a Maria vale mais que a teologia e a filosofia, e tinha razão S. Maximiliano ao
dizer que o amor a Maria faz viver e morrer felizes.

Votos

- 3 Ave-Marias de manhã e de noite para se entregar a Maria;
- Oferecer o dia para que se propague a devoção a Maria;
- Levar sempre consigo ou ter sob os olhos alguma coisa que lhe lembre Maria.

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terça-feira, 29 de maio de 2018

Um mês com Maria - 29° dia

29° DIA
A CARIDADE

A Caridade é a Rainha das virtudes. A Caridade é a perfeição do homem. A Caridade é a plenitude da vida cristã. Por quê?
Porque Deus é Caridade e quem está na Caridade está em Deus e Deus nele (cf. I Jo 4,16). Mas o que ela é? É o amor total de Deus e do próximo. Não amor humano carnal, mas amor Divino, feito de Graça, que vem do Espírito Santo de Amor. É o amor de Deus difundido nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (cf. Rm 5,5). É penoso, por isso, é ilusão pensar de amar a Deus ou ao próximo quando se está em pecado mortal na alma.
Igualmente é penoso iludir-se de amar verdadeiramente sem que o impulso do amor venha originalmente do Espírito Santo no coração. Quantas aparências de Caridade fazemos,
consciente e inconscientemente. Isso diz S. Paulo com palavras que deveriam voltar a si
quem quer que seja sem pose de disponibilidade, de abertura aos outros, de viver para os
outros, e não olhe se tudo é feito com a Graça de Deus na alma e se venha da consciente e
amorosa união com o Espírito Santo no próprio coração. Se não, mais ainda do que de bem
vagas disponibilidades e aberturas aos outros, S. Paulo fala muito concretamente de
distribuir todos os bens aos pobres e de dar até o próprio corpo para ser queimado pelos
outros, para concluir que tudo isto de nada serve se não procede do amor de Deus no
coração (cf. I Cor 13,3). A substância principal da caridade, então, é a Graça de Deus na
alma, é o amor de Deus no coração e nas intenções. Sem isto, se fala de caridade batendo no
ar (cf. I Cor 9,26).

O amor de Jesus empurra

Quando existe o amor de Deus no coração a Caridade pelo próximo é elevada até ao
heroísmo mais puro. S. Francisco de Assis, que não só não fugiu, mas aproximou-se e beijou
o leproso; S. Isabel de Hungria que pôs na própria cama um leproso abandonado na rua; os
missionários que enfrentam riscos e dores mortais pelos infiéis; S. Tereza que se flagelava 3
vezes por semana e Jacinta que batia as urtigas nas pernas pelos pecadores; e tantos outros
santos... Quais heroísmos de caridade material e espiritual não fizeram pelos irmãos
empurrados pelo amor de Jesus? Valiam de verdade para eles as palavras de S. Paulo: "O
Amor de Cristo nos impele" (cf. II Cor 5,14). Não um amor comum, entende-se, mas um
amor de fogo devorador (cf. Dt 9,3) que os levava à perda de si no Amado para ter um só
coração e um só querer, prontos para amar sem medidas, até à morte. Assim, só assim se
explica todo amor sobre humano dos santos. Quando o S. Cura d'Ars converteu a mulher de
um rico hebreu, este chegou todo furioso em Ars. Apresenta-se ao Santo e diz-lhe
brutalmente: "Pela paz que destruístes na minha casa eu vim arrancar um olho teu." "Qual
dos dois?" Desconcertado, o hebreu respondeu: "O direito!" "Bem, ficará o esquerdo para
vos olhar e amar". "E se eu arrancar os dois?" "Ficará meu coração para vos olhar e amar".
Transformado, o hebreu caiu de joelhos e chorou, convertido. Eis a potência do amor de
Jesus.

Não mais eu, mas Jesus

A Caridade fraterna mais alta e perfeita é aquela que nos faz amar o próximo com o mesmo
coração de Jesus. "Tendes em vós os mesmos sentimentos de Cristo" (cf. Fp 2,5): É este o
mandamento novo e sublime de Jesus: "Amai-vos como eu vos amei, porque disto
reconhecerão que sois meus discípulos, se vos amar uns aos outros" (cf. Jo 13,35).

A medida da perfeição do amor é dada pela identificação de amor com Jesus. A caridade
mais alta, então, a tem só o Santo, porque só o ser transfigurado em Jesus pela potência do
amor e da dor, só através da morte mística do eu chega-se à identificação de amor com Jesus
que faz dizer S. Paulo: "Não sou mais quem vive, é Cristo quem vive em mim" (Gl 2,20). O
Santo é aquele que ama loucamente Jesus e como Jesus. Ele sabe encontrá-lO, vê-lO,
abraçá-lO, onde quer que Jesus esteja: na Eucaristia, no Evangelho, no Papa, nos pobres e
enfermos, miseráveis e rejeitados, com os quais Jesus se identificou (cf. Mt 25,31-45). Ama
loucamente como Jesus e por isso sabe vender de si mesmo no mercado dos escravos em
substituição de outros, como S. Paulino e S. Vicente de Paulo; expõe-se ao contágio de
doenças como S. Luiz Gonzaga; enfrenta riscos e trabalhos incomensuráveis para ajudar os
irmãos, como S. João Bosco pelos jovens e S. Francisca Xavier pelos emigrantes; sabe
fechar-se em confessionários para curar e consolar almas à procura de Graça e Paz, como S.
Cura d'Ars e Pe Pio. Quanta bondade e graça no coração dos santos!

A Imaculada: todo amor

Se os santos são maravilhosos, imagine Maria? Ela é Cheia de Graça, de Vida Divina, de
Amor Trinitário. Criada Santíssima, Virgem puríssima sempre, Ela é semelhante a um
cristal limpidíssimo que espelha luminosamente a Caridade de Deus. Ela chegou ao ponto
de nos doar Jesus, seu Divino Filho e Infinito Tesouro do seu Coração, imitando
perfeitamente a Deus Pai que tanto amou os homens a ponto de entregar Seu Filho à morte
(cf. Jo 3,16). Ó Mãe Divina, como Te agradeceremos pela Tua Caridade sem limites? Que
violência transpassou pela tua alma, fizeste Teu coração de Mãe imolar Jesus pela nossa
salvação? Mãe divina e doce, tua Caridade não pode ter iguais: é aos confins do infinito. Seja
sempre bendita.
Peço de morrer
Quem ama de verdade a Mãe de Deus chega à semelhança com Ela e produz frutos
maravilhosos de Graça e virtude, sobretudo no exercício da Caridade. S. Maximiliano
tornou-se semelhante a Maria no sacrifício, tão louco era seu amor: imolar sua vida de
sacerdote, apóstolo, fundador das cidades da Imaculada, pedindo de morrer em tenebroso
bunker para salvar a vida de um pai de família. Soube escolher a morte atroz naquele
subterrâneo de Auschwitz, mas o amor cresce gigante entre as dores gigantes. Ele, amando
loucamente Maria, feito conforme seu filho (cf. Rm 8,29) na medida máxima do amor
proclamado por Jesus: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus
amigos" (cf. Jo 15,13).

Votos

- A cada oração, renovar a intenção de agir só pelo Senhor e não pelos homens (cf. Cl 3,23);
- Pedir a Maria a virtude da caridade;
- Fazer uma visita a qualquer capela ou Igreja dedicada a Nossa Senhora.

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segunda-feira, 28 de maio de 2018

Um mês com Maria - 28° dia

28° DIA
A PUREZA

A pureza é a virtude mais límpida de Nossa Senhora. O esplendor da sua Virgindade sempre intacta faz d'Ela a criatura mais radiosa que se possa imaginar: a Virgem mais Celestial, toda "candor de luz eterna" (Sb 7,26). O dogma de fé na Virgindade Perpétua de Maria Santíssima, o dogma de fé na Concepção Virginal de Jesus por obra do Espírito Santo, o Dogma de fé na Maternidade Virginal de Maria: esses 3 dogmas investem a Imaculada de
um esplendor virginal que "os céus dos céus não podem conter". (I Re 8,27) E através dos séculos, na Igreja, à ditosa Virgem, se inspiraram as filas angélicas das virgens que começaram já desta terra a viver só de Jesus para seguir o Cordeiro no tempo e na eternidade (cf. Ap 14,4). E se existiram ou existem dementes que querem jogar as sombras das baixezas deles sobre uma verdade de fé tão resplendente como a Virgindade de Maria,
além de S. Jerônimo (que desbaratou os heréticos Elvídio e Joviniano) e S. Ambrósio (que escreveu páginas de encanto supremo sobre a Virgindade) toda a Igreja no seu caminho milenar celebrou e glorificou em Maria, a Toda Virgem, a Sempre Virgem na alma e no
corpo, a Virgem Santa consagrada divinamente pela presença do Verbo de Deus que n'Ela se
encarnou , revestindo-se da mesma Virgindade da Mãe.

A ira de Deus

Se volvermos o olhar para a humanidade, a visão de sonho e de encanto sobre a Virgindade
Imaculada de Maria desaparece de modo súbito e brutal. Impureza, luxúria, sensualidade,
adultério, pornografia, homossexualidade, nudismo, espetáculos imundos, bailes obscenos,
relações pré-matrimoniais, contracepção, divórcio, aborto... Eis o espetáculo nauseabundo
que a humanidade oferece aos olhos de todos. Santo Céu! Quantos abismos de torpezas
nesta pobre Terra. Pode-se continuar assim sem provocar a ira de Deus? (cf. Ef 5,6). Maria
disse pela pequena e inocente Jacinta (ignorante do verdadeiro significado daquilo que
dizia) que os pecados que mais mandam almas ao Inferno são os pecados
impuros. Quem poderia desmentir esta afirmação observando o teatro das vergonhas que
o mundo mostra todos os dias? É verdade que o pecado impuro não é o pior nem o mais
grave dos pecados. Mas é o mais frequente e o mais nojento. Isto sem dúvida. Nós
conhecemos o valor da pureza proclamada por Jesus: "Bem-aventurados os puros de
coração, porque verão a Deus." (cf. Mt 5,8); conhecemos os dois mandamentos de Deus que
nos resguardam da impureza: 6º e 9º; conhecemos até a recomendação mais que enérgica
de S. Paulo aos cristãos: "A fornicação e a impureza de toda espécie, não sejam nem
nomeadas entre vós, mas o mesmo valha para as vulgaridades e os discursos triviais:
todas coisas indecentes." (Ef 5,3-4) Conhecemos o ensinamento nobre do Catecismo da
Igreja: "O 6º mandamento nos ordena de ser santos no corpo, portanto, o máximo respeito
à própria pessoa e ao próximo, como obras de Deus e templo onde Ele mora com a sua
presença e com a sua Graça";conhecemos as firmes chamadas da Igreja com recentes
documentos de primordial importância (Humanae Vitae). Conhecemos todas estas
iluminosas indicações para abater as seduções do mundo e da carne, mas a humanidade e
até a cristandade não faz mais que escorregar continuamente para formas de costumes
sempre mais degradantes, como homem animal que não mais compreende o que é
espiritual, a favor do mais cego e obtuso ateísmo: quem entra na lúxuria, diz S. Ambrósio,
abandona a via da fé! (cf. I Cor 2,14).

Quais são os remédios

A fuga das ocasiões, a oração e os sacramentos. Todo pecado impuro - de ação,
desejo, olhar, pensamento, leitura - é pecado mortal. Precisamos nos defender com todas as
forças, até à violência, caso precise, porque aquilo a que aspira a carne é morte, mas aquilo a
que tende o espírito de vida é paz, porque desejo da carne é inimizade com Deus (cf. Rm 8,-
7). Lembremos S. Bento e S. Francisco que se jogaram entre os espinhos para apagar a
conscupiscência que atrai e alicia (cf. Tg 1,14). Lembremos S. Tomás de Aquino que se serve
de um tição ardente para desvendar uma insídia perigosa. Recordemos S. Maria Goretti que
se deixa esfaquear por 14 vezes para salvar sua virgindade. As ocasiões mais comuns de
pecado, porém, exigem, sobretudo, a mortificação dos olhos (evitar cinemas, leituras sujas),
da língua (evitar as conversas torpes e os discursos licenciosos), dos ouvidos (não escutar
canções e piadas vulgares), da vaidade (opor-se às modas indecentes). De tudo isto parece
evidente que a vida do homem na terra é uma batalha (cf. Jo 71) e que é necessária a
contínua vigilância com a ajuda de Deus (oração e sacramentos) para não se deixar dominar
pela concupiscência (cf. I Ts 4,5). É humilhante, mas é esta a nossa real condição: carne e
espírito estão sempre em luta cerrada entre eles: "Nos meus membros existe outra lei, que
move guerra à minha alma e me torna escravo da lei do pecado que está nos meus
membros" (Rm 7,23) S. Domingos Sávio, que rasgava as revistinhas que recebia dos
companheiros; S. Luiz Gonzaga, que em público, chama a atenção de quem fala
despudoradamente e se impõe penitências terríveis; S. Carlos Borromeu que desde menino
se avizinhava amiúde aos Sacramentos; S. Afonso Maria de Ligório tirava os óculos quando
o papai o levava ao teatro... São exemplos que deveriam nos convencer a usar todos os
modos para guardar a pureza do coração e dos sentidos.

Castidade conjugal

Os problemas morais mais sérios são aqueles que se referem os esposos. A castidade
conjugal é um dever de todos os esposos cristãos, e é um dever fecundo de
graças e bênçãos. Mas os assaltos do malígno são maciços: contracepção e onanismo,
divórcio e abortos estão massacrando os cônjuges cristãos, sem dizer das relações pré-
matrimoniais, que são somente uma imunda profanação dos corpos e das almas daqueles
noivos, escravos miseráveis da carnalidade. Desejam ter só 2 filhos; usam das pílulas e
outros meios para evitarem gravidezes posteriores, profanando por anos e anos as relações
matrimoniais que deveriam simbolizar a união entre Cristo e a Igreja (cf. Ef 5, 25) . "A pílula
anticoncepcional vem do Inferno, dizia Pe. Pio, e quem usa comete pecado mortal". E
ainda: "Para todo bom casamento o número dos filhos é estabelecido por Deus e não pela
vontade dos esposos", e ainda: "Quem está na estrada do divórcio, está na estrada do
Inferno". Pior ainda para quem cometer o crime do aborto!!! Que abram bem os
olhos os esposos cristãos! Profanar o sacramento do matrimônio nunca acontecerá sem
castigos e maldições sobre as famílias. Se lembrem bem que com Deus não se brinca! (cf. Gl
6,7).

Votos

- Recitar 3 Ave-Marias em honra da virgindade de Maria;
- Eliminar e destruir qualquer coisa de não modesto que tenha consigo;
- Mortificar bem os sentidos, especialmente a vista.


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domingo, 27 de maio de 2018

Um mês com Maria - 27° dia


27° DIA
A HUMILDADE

"Patife! - gritou o demônio a Cura d'Ars, batendo-o contra a parede do quarto - Já me roubastes 80 mil almas este ano! Se existissem 4 sacerdotes como tu, estaria logo acabado o meu reino no mundo." Santo Cura d'Ars era, talvez, o sacerdote menos dotado e mais desprevenindo da França. Entrou no seminário por uma Graça especial de Nossa Senhora: sabia recitar bem o Rosário. Manteve-se sempre na sua
humildade, ciente de ser um inepto. Pensou em rezar e fazer penitência com todas as suas forças. O resto o fez Deus. Foram coisas incríveis que mortificaram o Inferno inteiro, impotente de frente a este sacerdote humilde. É a verdade da Palavra de Deus: "Quem se
exalta será humilhado; quem se humilha será exaltado". (Lc 14,11) E ainda: "Deus resiste aos
soberbos e dá sua Graça aos humildes." (I Pd 5,5) Se pensarmos na grandeza de Nossa Senhora, podemos compreender qual imensidade de humildade devia estar nela: "Exaltada sobre os corações dos Anjos".

A humildade de Maria tem o seu bilhete de apresentação nas primeiras páginas do
Evangelho: "Eis aqui a serva do Senhor". Manifesta-se na Visitação a S. Isabel que lhe grita
justamente: "A que devo a honra que venha a mim a Mãe do meu Senhor?" Brilha no
nascimento de Jesus em uma pobre gruta, porque não tinha lugar para eles na hospedaria
(cf. Lc 1,38; 43;2,7). Confunde-se ao profundo silêncio e escondimento nos 30 anos de
Nazaré; arde no próprio opróbrio e na ignomínia sobre o Calvário onde Maria está presente
como Mãe do Condenado. A humildade de Maria não é nem mais nem menos proporcional
à sua excelente realeza. Suprema a exaltação porque foi suprema humilhação. A esta escola
devemos ir para aprender a humildade.

A vontade de aparecer

Quem mais do que Nossa Senhora teria motivos para aparecer? Mas ela é misteriosamente
silenciosa e escondida em todo o Evangelho. Nós, cheios de bobagens e ricos de misérias,
que vontade de aparecer nos queima. Vermos sacrificados, humilhados e valorizados os
nossos talentos, ou ser colocados a parte ou nos poder afirmar... Que tortura e quantos
ressentimentos. Mas para sermos humildes, devemos reprimir sem piedade os secretos
impulsos e as venenosas satisfações do orgulho. Assim faziam os santos. Quem não se
lembra de S. Antônio de Pádua, mandado como cozinheiro num convento dos Apeninos? Foi
pra lá humilde e manso como sempre. E tinha uma sapiência prodigiosa, tornando-se Dr. da
Igreja. Quando S. Vicente de Paulo se sentia louvar, punha em evidência os próprios defeitos
e as suas humildes origens. Dizia ser filho de um pobre camponês, ignorante e incapaz. Se
acontecia alguma desordem, atribuía-se sempre a culpa. O mesmo para S. Pio X; quando era
louvado pelos seus inspirados discursos, transformava tudo em brincadeira, respondendo:
"Bobagens... Coisas copiadas não valem!" Qualquer milagre operado por suas mãos,
impunha silêncio, dizendo: "É por ordem das Sumas Chaves, eu não tenho nada com isso. É
a bênção do Papa. É a fé de quem pede a Graça". S. Gema Galgani soube industriar-se para
achar o modo de se humilhar e ser humilhada. Sabido que tinha chegado um couto prelado
para interrogar sobre os fenômenos extraordinários que lhe aconteciam, pegou um gato,
colocou-o sobre os joelhos e brincava com ele, ignorando as perguntas do prelado. Pouco
tempo depois ele foi embora convencido que ela era uma demente. É o modo dos santos:
anular-se para fazer resplandecer a grandeza de Deus que opera. "Escolheu o nada para
reduzir a nada as coisas que são para que nenhum homem possa gloriar-se junto a Deus" (I
Cor 1,28-29).

Uma coisa não sei fazer

A humildade esmaga o demônio. A humilíssima Virgem esmaga a cabeça do diabo, aquele
que queria ser semelhante ao Altíssimo (cf. Is 14,14) está com a cabeça sob os pés d'Aquela
que quer ser somente 'Serva do Senhor' (cf. Lc 1,38) E quem for humilde participa do poder
da Imaculada de esmagar a cabeça do demônio. S. Macário foi um dos grandes padres do
deserto. Teve que lutar muito contra o demônio. Um dia o viu chegar com uma forca de fogo
na mão. S. Macário ajoelhou-se e humilhou-se junto ao Senhor e a forca caiu da mão do
demônio, que exclamou com ódio: "Escuta, Macário: tu tens boas qualidades, mas eu tenho
mais; tu comes e dormes pouco, mas eu nunca os faço; tu fazes milagres e eu também faço
prodígios; mas uma coisa tu sabes fazer e eu não: Sabes humilhar-te!" Por isto a humildade
é uma força infalível contra Satanás. Por isto S. Francisco de Assis ocupa a cadeira de
Lúcifer, segundo a visão de Frei Leão. De fato, a quem lhe perguntou o que pensasse de si, S.
Francisco respondeu de sentir-se o ser mais repelente da Terra, um verme nojento. Disse
ainda que as graças que Deus lhe doou, qualquer um teria dado mais frutos. Esta é a
essência da humildade: reconhecer que exclusivamente nós temos somente o pecado. Todo
o resto, tudo o que é bom, é de Deus. E cada mínima coisa boa que conseguimos fazer para a
vida eterna, nos é possível só pela Graça de Deus (cf. I Cor 4,7; 12,3; II Cor 3,5). Pe Pio disse:
"Se Deus nos retirar o que nos deu, nós ficaremos somente com os nossos farrapos".

A humildade é sabedoria

S. Ambrósio dizia que a humildade é o trono da sabedoria. Bem, a Maria devemos pedir esta
sabedoria. E queira Ela que nós tenhamos, porque as outras virtudes - diz S. Agostinho -
batem à porta do coração de Deus: a humildade abre! Inspiremo-nos nos três episódios
evangélicos mais expressivos sobre a humildade. Depois da pesca milagrosa, S. Pedro é
transformado pelo prodígio operado por Jesus e não pode controlar-se em prostrar-se e
dizer: "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador". "Tu serás pescador de
homens!" (cf. Lc 5,8-10). Um pobre publicano está no fundo do Templo e não ousa nem
levantar o olhar, mas geme humildemente: "Deus, tem piedade de mim, pecador". Jesus nos
assegura que ele saiu do Templo purificado, diferente do Fariseu orgulhoso (cf. Lc 18 9-14).
No Calvário, o bom ladrão confia-se humildemente ao Inocente: "Jesus, lembra-te de mim
quando entrares no Teu Reino". E foi impotentemente investido por uma graça que o dispõe
em brevíssimo tempo para poder entrar no Reino dos Céus (cf. Lc 23,43). Somos quase
tentados a dizer que até Jesus é débil em frente à humildade. Essa é de verdade uma chave
que abre o Coração de Deus. A humilíssima Virgem Maria queira dar-nos esta "chave" do
coração de Deus.

Votos

- Ler e meditar os 3 episódios de humildades evangélicos citados no texto;
- Fazer qualquer ato de humildade para reparar tantos pecados de orgulho;
- Pedir a Maria insistentemente esta virtude.

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sábado, 26 de maio de 2018

Um mês com Maria - 26° dia

26° DIA
A OBEDIÊNCIA

 A obediência é a virtude que nos leva a submeter a nossa
vontade à de Deus e dos Superiores que representam Deus.
A 1ª obediência devemos a Deus, nosso Pai e Criador. "Do
Senhor é a terra e tudo quanto contém" (Sl 23,1) Se somos
suas criaturas e seus filhos, devemos a Ele toda a obediência criaturial e filial. "Todas as criaturas Te servem" (cf. Sl 118,91). A obediência a Jesus é ligada
à Redenção. Ele nos resgatou com o seu Sangue; por isso lhe pertencemos, somos seus e devemos obedecer aos seus divinos desejos: "Não sois mais vossos, porque fostes comprados a caro preço" (cf. I Cor 6,20) A obediência aos superiores é ligada ao fato que eles são representantes de Deus. Sabemos bem que Deus não nos governa diretamente, mas através dos seus delegados que Ele faz partícipes da sua autoridade. "Não existe autoridade que não venha de Deus" (Rm 13,2). Por isso a desobediência aos superiores é sempre uma desobediência à autoridade de Deus: "Quem resiste à autoridade, resiste ao ordenamento
feito por Deus. E aqueles que resistem procuram por si mesmos a danação". (Rm 13,1).
Jesus usa uma expressão ainda mais forte e até mais precisa: a obediência aos superiores
coloca-nos em relação direta com Ele: "Quem vos escuta, escuta a Mim e quem vos despreza,
a Mim despreza". (cf. Lc 10,16) As obediências que operaram milagres e as desobediências
que os impediram, confirmam as palavras de Jesus. Quando S. José Cotolengo soube que
tinha um grande número de freiras doentes e que não sabia como fazer para o serviço da
Pequena Casa, deu ordens precisas que as freiras se levantassem para o serviço da Casa. As
Irmãs levantaram- se e acharam-se curadas. Uma só não quis levantar por temor e não se
curou, e acabou fora do Instituto. Quando S. Francisco de Assis e S. Teresa d'Ávila recebiam
nos êxtases qualquer comunicação, estavam prontos para renunciar tudo se o Superior
decidisse de modo contrário, porque na Palavra do Superior existe a presença de Deus sem
engano, enquanto na visão ou na locução existe sempre uma margem de incerteza.

Superiores... levados

É claro que os superiores devem exercitar a autoridade só como delegados de Deus e nunca
devem mandar o que seja contra a lei de Deus: não podem ser delegados de Deus quando
mandassem o pecado ou não o impedissem (mentir, roubar, abortar, blasfemar...). Nestes
casos eles são delegados de Satanás e não podem e não devem ser obedecidos. Nos outros
casos, precisamos obedecer mesmo quando isso nos pesa ou repugna. Mesmo que aquele
que nos manda for odioso ou faccioso: "Servos, obedecei aos Vossos patrões, embora
turbulentos." (I Pd 2,18). Na vida de S. Gertrudes lê-se que por um certo período teve uma
superiora de humores muito difíceis. A Santa rogou ao Senhor para que a fizesse substituir
por outra mais equilibrada. Mas Jesus respondeu-lhe: "Não, porque os seus defeitos a
obrigam a humilhar-se todos os dias diante de mim, de outro lado, tua obediência nunca foi
tão sobrenatural como neste tempo".

Um mistério de fé

É claro que a alma da obediência é a fé sobrenatural. S. Maximiliano dizia que a obediência é
um mistério de fé. Somente quem sabe ver no Superior o representante de Deus sabe
obedecer e abraçar a vontade de Deus, mesmo quando custa, sobretudo QUANDO custa,
porque a verdadeira obediência é aquela que se exercita no sacrifício: Jesus mesmo!
"Aprendeu dos sofrimentos a obediência" (cf. Hb 5,8)

Quantas vezes nos custa obedecer em silêncio às coisas dolorosas... Durante a Paixão, Jesus
ao invés de se defender, calou-se (cf. Mt 2,63). S. Domingos Sávio, rapaz eficiente e
estudante aplicado, foi falsamente acusado diante do mestre de uma travessura feia. O
mestre, muito surpreso, foi obrigado a chamá-lo severamente a atenção. Ele não se irou.
Quando o mestre descobriu a verdade, chamou-o e perguntou porque não tinha dito a
verdade. "Por dois motivos: Por que se tivesse dito quem era o culpado, ele teria sido
expulso da escola, já que não era a 1ª vez que estava em delito, enquanto que para mim era a
1ª vez. 2º por que até Jesus calou-se quando acusado injustamente no Sinédrio". Quem não
se lembra do último episódio ocorrido a S. Geraldo Majela? Caluniado infamemente, foi
castigado severamente por S. Afonso. Suspenderam-lhe a Comunhão, transferiu-0 e
trataram-no como um pecador. Ele calava-se e obedecia. Quando a verdade veio à tona, S.
Afonso pôde dizer que este episódio bastava para garantir a santidade extraordinária de S.
Geraldo. A obediência crucificou Jesus, que "foi obediente até a morte" (cf. Fl 2,8) Ele calava
e rezava. A obediência crucificou os santos e eles também se calavam e rezavam como Jesus.

A Virgem obediente

Maria nos deu o exemplo inimitável de Jesus até no obedecer. As primeiras páginas do
Evangelho de S. Lucas abrem-se com o "Fiat" de Maria ao Anjo Gabriel (cf. Lc 1,38). Ela
obedeceu humildemente ao enviado, ao representante de Deus, aceitando coisas
humanamente inconcebíveis - como a Concepção Virginal do Verbo, Filho de Deus e a
Maternidade divina - e as coisas dolorosas até a pior tragédia de uma mãe: oferecer o
próprio filho ao assassino. Maria foi obediente à ordem de Augusto para o recenseamento, à
lei da Apresentação e Purificação; obedeceu ao fugir para o Egito, obedeceu ao voltar do
Egito para Nazaré. Encontramos no Calvário Maria obediente onde se cumpriu
propriamente: "espada que lhe transpassou a alma" (Lc 2,35, Lc 5,1-15, 21-24,Mt 2,13-15, 19-
23). A obediência à vontade, sem reservas: "Faço sempre o que é do seu agrado". (Jo 8,29)
Esta é a atitude do verdadeiro obediente, garantido pela obediência dolorosa, amada como
aquela jubilosa até entre os sofrimentos naturais: "não a minha, mas a tua vontade se faça".
(Lc 22,12).

Caçadores fora

Quando S. José Calasanz foi caluniado e perseguido pelos seus discípulos, quando velho e
enfermo foi preso e levado aos tribunais e perto da morte foi expulso da Congregação e viu a
Congregação devastada por ordem do próprio Vigário de Cristo. Ele curvou a cabeça e
aceitou esta corrente de sofrimentos, murmurando: "Agora e sempre seja bendita a
Santíssima vontade de Deus". Quando S. Afonso Maria de Ligório, aos 80 anos, foi
caluniado por um dos seus filhos, foi expulso da Congregação pelo próprio Papa, (ele, o
grande, apaixonado, o enamorado defensor do Papa) superou o sofrimento mortal gritando
a si mesmo, com a testa no chão, aos pés do altar: "O Papa tem razão! Sim, Ele tem razão!"
Esta é a obediência que crucifica como crucificou Jesus à Cruz. O Santo é aquele que se
deixa crucificar. Nós, quantas desculpas e compromissos, fugas para evitar qualquer peso e
aborrecimento que a obediência possa trazer. Mas se assim fizermos, é impossível amar,
porque "se me amais - diz Jesus - observais as minhas ordens". (Jo 14, 15) embora
dolorosas.

Votos

- Meditar a Paixão e Morte de Jesus;
- Oferecer o dia pelos Superiores;
- Pedir a Maria a virtude heróica da obediência

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sexta-feira, 25 de maio de 2018

Um mês com Maria - 25° dia

25° DIA
A PACIÊNCIA

Estamos todos de acordo: Não existe virtude prática que
seja tão necessária na vida cristã como a paciência. Não
há dúvidas. Esta virtude faz com que a alma suporte
tranquilamente os incômodos e os sofrimentos da vida.
Quem não tem problemas e tribulações na vida? Quem
pode fugir dos incômodos? Quem pode fugir ao peso
cotidiano de provas e contrastes? Por isso "é necessário a paciência para cumprir a vontade
de Deus e conseguir os bens da promessa". (Hb 10,36). Paciência em casa e fora dela; no
trabalho e no colégio; com patrões e empregados... Quantas ocasiões todos os dias. Devemos
suplicar a Maria de conceder-nos esta virtude para podermos imitá-la, sempre doce, forte e
serena em meio às provas e às maiores fadigas. Em Belém, à procura de um lugar entre as
angústias, no Egito aonde chegou com Jesus menino, e S. José, fugitivos entre gente
desconhecida; nos três dias da busca de Jesus no Templo, com aquela amargura no coração,
na separação de Jesus ao início da sua vida publica com as precisões dos choques inevitáveis
com os fariseus, nas sequências dilaceradas do Calvário ao pés da Cruz de seu Jesus
adorado. A paciência de Maria! Veremos no Paraíso como a sua paciência superou a
paciência de todos os homens juntos.

Mostrou-lhe o Crucifixo

"Uma resposta doce acalma e raiva; o fogo não se apaga com o fogo, nem o furor se acalma
com o furor." - S. João Crisóstomo. Um dia S. Luzia de Marillac apresentou uma bebida a
um turco enfermo internado no Hospital. Este reage violentamente ao gesto de caridade,
jogando o copo na cara da freira. Sem abrir a boca, a Santa retirou-se; logo volta com outra
bebida e a mesma atitude do enfermo. A freira não diz nada e vai; volta outra vez e se
aproxima do enfermo e lhe dirige a palavra bondosamente a ponto do doente olhá-la e dizer:
"Vós sois uma criatura da Terra? Quem vos ensinou a tratar assim aquele que te ofende?"
Sem responder, a Santa mostrou-lhe o Crucifixo que trazia no peito. O mesmo aconteceu
com S. Maria Bertila, no Hospital de Treviso. Um dia um enfermo histérico lhe jogou o ovo
que ela lhe tinha levado. A Santa não se perturbou. Foi trocar o avental voltou com uma taça
de caldo: "Ficarás bem com este caldo", sorrindo, disse-lhe. O que não temos a aprender nós
com estes atos, nós que prontamente perdemos a paciência por bobagens.

Os caroços das cerejas

Jesus disse que com a paciência salvaríamos nossas almas (cf. Lc 21,19) E mais, com a
paciência se conquistam e salvam até as almas dos outros, porque o homem paciente vale
mais do que o homem forte e quem domina o caráter vale mais do que "um conquistador de
cidades" (Pr 16,32). S. José Cafasso era o Capelão dos condenados à morte. Por isso podia
entrar nas celas e ficar no meio deles. Parecia um anjo de serenidade e de paciência naquele
ambiente fedorento e repugnante. Levava-lhes sempre alguma coisa de presente. Um dia foi
um cesto com cerejas. Logo após, os encarcerados divertiam-se em atirar-lhes os caroços.
"Deixai-os. É a única distração que eles têm". Disse o santo. Com esta doce paciência ele
podia penetrar nos corações deles e prepará-los para enfrentar a morte beijando o Crucifixo
e invocando Maria.

Esposas e Mães pacientes

Muitas vezes é, sobretudo, em casa que precisamos exercitar-nos na paciência. S. Paulo
recomendava aos Efésios de "comportarem-se com toda a humildade, mansidão e paciência,
suportando-vos com amor" (Ef 4,2). Quantas brigas e problemas se poderiam evitar com
poucos grãos de paciência e de silêncio. Quando as amigas perguntaram a S. Mônica como
fazia para viver em paz com um marido tão insensível e violento, respondia: "Tenho um
freio em minha língua". Quem não se lembra de como S. Rita chegou a converter o marido
vulgar e brutal? Sofrendo em silêncio: "com muita paciência nas tribulações, nas
necessidades, nas angústias" (2 Cor 6,4). Grande também foi a paciência da ditosa Anna
Maria Taigi, mãe de 7 filhos. Cada dia eram provas que a pobrezinha devia enfrentar pelas
estranhezas do marido pouco gentil, pelos problemas dos filhos que precisavam de uma boa
formação, pelas contrariedades e incômodos que acontecem inevitavelmente em cada
família. Um dia quebraram-lhe um magnífico vaso de cerâmica que era uma preciosa e cara
recordação de família. A Santa olhou os cacos e disse serenamente: "Paciência! Se o
soubessem os negociantes de cerâmicas ficariam contentes. Precisam viver também, não?
"Esta paciência é um dos frutos mais preciosos do Espírito Santo (cf. Gl 5,22).

Olhemos para Ela

O primeiro dote da caridade é a paciência! (cf. I Cor 13,4). A maior caridade traz consigo a
maior paciência. Por isso Maria, Mãe do Amor, é exemplar perfeitíssimo e fonte da nossa
paciência. Ela viveu com a alma transpassada por uma espada (cf. Lc 2,35) Olhemos este
fato e aprendamos saber aceitar com paciência heróica até um punhal enfiado no coração.
Ela foi a Virgem oferente não só no Templo, mas também, e, sobretudo, no Calvário
(Marialis Cultus, n.20). Apeguemo-nos a Ela para atingirmos a energia do amor paciente e
oferente nas tribulações da vida e da morte.

Votos

- Tratar gentilmente e sorrir para quem te maltrata;
- Oferecer cada pequeno espinho do dia a Maria;
- Meditar sobre as dores de Maria


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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Um mês com Maria - 24° dia

24° DIA
A PENITÊNCIA



Porque somos pecadores e continuamos a pecar, por isso é necessária a reparação para pagar as culpas. É Justiça: repara-se o mal feito. "Todo pecado, grande ou pequeno, não pode ficar impune; ou é punido pelo homem que faz Penitência ou no último Juízo pelo Senhor". (S. Agostinho). Podemos aqui lembrar alguns grandes pecadores convertidos e que ficaram santos: S. Maria Madalena, S. Agostinho, S. Margarida de Cortona, S. Inácio de Loyola, S. Camilo de Lélis... Eles nos demonstraram que com a Penitência repara-se e recupera-se tudo, até a santidade mais alta e dão razão a S. Cipriano que exclama: "Ó penitência! Tudo o que estava amarrado, o desamarraste, o que estava fechado, o abriste". A penitência livra das correntes das dívidas contraías pelos pecados e abre as arcas das graças mais eleitas.

Penitência e Amor.

Quando S. Domingos Sávio estava gravemente doente, foi um dia submetido a uma sangria.
Antes de iniciar, o médico disse-lhe: "Olha para o outro lado, Domingos, assim não verás
escorrer o teu Sangue". "Ah, não - respondeu - furaram as mãos e os pés de Jesus com
grandes pregos sobre a Cruz e Ele não disse nada..." Domingos sofreu sem um gemido os
dez pequenos cortes que lhe fizeram. Eis a lei do amor: quando se ama de verdade uma
pessoa, se quer com ela condividir todos os sofrimentos. Não se pode renunciar! Quem ama
Jesus e conhece sua vida de humildade e sacrifício, culminada na cruel Crucificação e Morte,
não pode deixar de desejar a participação em toda aquela dor desejada pelo amor. A
intensidade desta participação às vezes manifestou-se até de modo prodigioso e sangrento.
Pensemos em S. Francisco de Assis, S. Verônica Giuliani, S. Gema Galgani, Pe. Pio... Mas em
todos os santos a Penitência mais dolorosa foi uma exigência do amor. Eles chegavam ao
ponto de não desejar nada além de sofrer. Recordemos alguns exemplos: S. Francisco
Xavier, embora oprimido por dores muito fortes, rezava com transporte, dizendo: "Ainda,
Senhor, ainda mais." E à ilha onde sofreu as mais graves tribulações, quis pôr o nome de
Ilha das Consolações. S. Teresa de Jesus também é célebre pelo seu grito: "Ou sofrer ou
morrer". S. João da Cruz a Jesus que lhe perguntava o que queria, respondeu: "Sofrer e ser
desprezado por Ti". S. Gabriel de Nossa Senhora das Dores dizia que o seu Paraíso eram as
dores de Maria. S. Maximiliano chamava "balinhas de caramelo" as cruzes e as tribulações.
Pe. Pio dizia que suas tremendas dores eram "as alegriazinhas do esposo". Assim raciocina
quem ama.

Fazer o próprio dever.

A primeira e mais importante Penitência do cristão é aquela de cumprir fielmente e
perfeitamente os próprios deveres cotidianos. Fazer outras penitências omitindo estas
significa fazer o secundário, ignorando o principal. Em 1º lugar, lembremo-nos bem: 1º o
cumprimento dos deveres. Se é assim a substância da nossa vida de penitência é segura. S.
José Cafasso conduzia uma vida de Penitência escondida aos olhos dos demais. Dos
depoimentos do processo de beatificação, sabemos que a mulher que lavava a roupa
manchada de sangue, tinha-se dado conta disso. "Por que as camisas estão sempre sujas de
sangue? - perguntou - O senhor tem algum ferimento?" O santo quis ficar calado, mas
respondeu bruscamente: "Vós sois como uma mãe, por isso, vos direi tudo, mas não o deveis
contar a ninguém. Deveis saber que nós, padres, usamos uma cintura com pontas chamado
cilício. Eis porque achais as manchas."

"Mas deve doer muito, meu pobre filho"! Exclamou a mulher. "Sim, dói, mas precisamos
descontar nossos pecados, não?" "O que está dizendo? - retrucou - Se o senhor precisa fazer
penitência, o que devemos fazer?" "Vós trabalhais duro - respondeu o santo - e trabalhar o
dia todo já é uma bela penitência".

Penitência pelos pecadores

O lamento de Nossa Senhora de Fátima deveria nos comover: "Muitas almas vão para o
Inferno porque não tem quem se sacrifique por elas." Jacinta, a florzinha de Maria, foi a
quem maiormente tocaram aquelas palavras da Bela Senhora. Ela quis ser vítima inocente e
sofrer pelos pecadores foi sua paixão dolorosa até a morte. Atingida pela gripe espanhola e
por uma pneumonia purulenta, com infecção progressiva, transportada ao Hospital, longe
de casa, submetida a uma operação para a remoção de suas costelas, sem anestesia. Pobre
menina! Mas foi heroicamente corajosa e não perdeu nenhuma ocasião de sacrifício pelos
pecadores: cama, dores ardentes... O seu Celeste conforto era a assistência materna de
Nossa Senhora. Morreu consumada pela febre e pelas dores, sozinha sobre o Coração da
Imaculada, vinda do céu para apanhar a inocente vítima pelos pecadores. Que exemplo de
heróica penitência.

Votos

- Meditar a paixão e morte de Jesus (Mt 26 e 27);
- Oferecer todos os sacrifícios a Nossa Senhora das Dores;
- Recitar os mistérios dolorosos do Rosário.

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quarta-feira, 23 de maio de 2018

Um mês com Maria - 23° dia

23° DIA
A ORAÇÃO

Resultado de imagem para Nossa Senhora rezandoAs duas últimas maiores aparições de Maria sobre a Terra foram em Lourdes e em Fátima. Ambas nos trouxeram uma mensagem idêntica e forte: Oração e Penitência. Maria vai logo ao essencial: antes de mais nada, a oração. Ela pede,
recomenda e insiste sempre sobre este ponto, seja em Lourdes ou em Fátima. As coisas irão bem se se reza. O contrário procede. A oração é o grande juiz dos nossos destinos. Se ela é ausente, tudo irá mal. "Quem não reza certamente se condena",
diz S. Afonso. E S. Ambrósio afirma que se a vida do homem é uma batalha sobre a terra (cf.
Jó 7,1), a oração é o escudo invulnerável sem o qual seríamos atingidos inexoravelmente.

A Virgem em oração

O Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica sobre o Culto da Beata Virgem (n. 18), apresenta
Maria como a Virgem em oração, escolhida de 3 páginas marianas do Evangelho. Na
visitação, Maria louva a Deus com o hino de amor mais alto que tenha saído da alma de uma
criatura humana: o Magnificat! (cf. Lc 1, 46-56) Em Caná, Maria faz a oração de pedido com
cuidado materno e com fé sem hesitações, obtendo logo a graça temporal para os esposos e a
Graça espiritual para os discípulos de Jesus que acreditaram Nele (cf. Jo 2,1-11) No
cenáculo, Maria nutre com a oração materna a Igreja nascente (cf. At 1,14) assim como
também depois de sua Assunção em alma e Corpo ao Céu, nunca deporá a sua missão de
intercessão e de salvação. É Ela mesma, Virgem em oração, que nos veio pedir e recomendar
a oração, seja em Lourdes ou em Fátima. Se A ouvirmos, se fizermos o que nos diz, não
teremos senão bênçãos sobre bênçãos. Mas devemos examinar seriamente.

Rezar de manhã e a noite

Não é verdade que existem cristãos que fazem apenas qualquer oração de manhã e a noite?
Alguns até tem medo de se esforçar e fazem só o sinal-da-cruz. Outros, nem isso, mas
levantam e deitam como animais. Se pode ser cristão deste modo? Pode-se salvar a alma
esquecendo a oração, enquanto se tem tempo de olhar televisão, ler jornais e livros, ir ao bar
e ao campo de futebol? Maria nossa mãe, adverte-nos: "Rezai, rezai muito". "Vigiai e rezai"
(cf. Mc 14,38; I Pd 4,7) Por isso nunca deve faltar ao menos a oração da manhã e da noite.
Poucos minutos de oração todas as manhãs e noites deveria ser um dever tão doce para
todos os cristãos. Assim era para o Beato Contado Ferrini, professor da Universidade de
Milão, que escrevia "Eu não sabia conceber uma vida sem oração, acordar de manhã sem
encontrar o sorriso de Deus, um reclinar a cabeça no peito de Cristo".

Oração à mesa

Ao meio-dia é tradição cristã o toque do Ângelus, devota chamada do inefável mistério da
Encarnação. Àquele sinal, o Anjo nos convida a unir-nos a ele na oração à Celeste Virgem. E
como respeitavam os santos este breve intervalo de oração mariano com o Anjo. S. Pio X
interrompia até as audiências mais importantes. Beto Moscati suspendia por poucos átimos
a lição ou a visita médica. Pe Pio a recitava com quem se achasse onde estava. O Papa Pio
XII a recitava de joelhos. Por que não salvar e fazer nossa esta maravilhosa oração mariana?
Outro momento de oração deve ser aquele das refeições, antes de começar a comer. O sinalda-cruz
e a Ave-Maria são a bênção de Jesus e de Maria nas nossas mesas. Aconteceu com S.
João Bosco. Convidado para almoçar com uma família, antes de sentar-se à mesa, perguntou a um dos
filhos: "Agora façamos o sinal-da-cruz antes de comer. Sabe por que o fazemos? Não -
respondeu o menino. Bem, digo em duas palavras - prosseguiu o santo - Fazemos para nos
distinguir dos animais que não o fazem porque não possuem a razão para entender que o
que comemos é um dom de Deus". Daquele em dia em diante nunca mais faltou oração
antes das refeições para aquela família.

Uma faísca, tantas faíscas

O pensamento de Jesus é claro: o cristão deve se esforçar por rezar continuamente, por ter
constantemente oferecido a Deus todo a si mesmo e tudo o que faz: "Rezar sempre, sem
desfalecer"; "Vigiai e rezai para não cair em tentação" (cf. Lc 18,1; Mc 14,38) Qual tentação?
a tentação de agir por egoísmo ou fazer obras por cálculo ou interesse e não por amor a Deus
e ao próximo. A oração é indispensável para que fiquemos sempre no caminho que nos leva
a Deus. Quando não é possível rezar longamente, façamos uma oração rápida, semelhante às
pequenas sementes que ao longo do dia são semeadas na Terra das ações a fazer. É a oração
das breves jaculatórias, dos rápidos atos de amor das piedosas ofertas. O Papa Paulo VI a
chamava "oração faísca". S. Francisco de Assis, S. Tomás de Aquino, S. Afonso, S.
Bernadette, S. Gema Galgani... que uso ardente e constante não faziam desta oração "faísca".
As almas deles talvez não estavam continuamente em faíscas? S. Maximiliano Maria Kolbe
recomendava muito esta oração faísca para crescer no amor à Imaculada. Isso também vale
para nós.

Votos

- Rezar sempre e bem de manhã e a noite;
- Fazer o sinal da cruz e rezar uma Ave-Maria à mesa;
- Empenha-te em recitar jaculatórias durante o dia.

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terça-feira, 22 de maio de 2018

Filhos, música e alfabetização


Dica do jeito certo de aprender.
Você que é pai e educador não pode perder este vídeo.



Um mês com Maria - 22° dia

22° DIA

A EUCARISTIA

Resultado de imagem para eucaristia missa tradicionalA Eucaristia é Jesus presente entre nós e por nós. Na Eucaristia está realmente presente Jesus com Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
Com a Eucaristia temos de verdade o Emanuel, ou seja, "Deus Conosco" (Mt 1,23). Justamente S. Tomás de Aquino nos exorta a refletir que não existe nenhuma religião na Terra, que tenha o seu
Deus tão perto e tão familiar como a religião cristã, com a Eucaristia.
Coisa ainda maior é que o Verbo Encarnado, Jesus, não só vive entre nós, mas se quer doar, entrar em nosso coração e fazer-se um com
cada um de nós. "Quem come minha Carne e bebe o meu Sangue, vive em mim como eu
nele" (Jo 6,57). Jesus quer isso a cada dia. Por isso se fez Pão, por que o pão é o alimento cotidiano, é o nutrimento de cada dia, sem o qual nós enfraquecemos e morremos.

A Santa Missa

Onde e quando Jesus se faz Eucaristia? Na Santa Missa. Quando o Sacerdote consagra o pão
e o vinho, temos o sacrifício supremo, incruento de Jesus, presente realmente no Altar no
estado de vítima. Oh! Qual Divino prodígio é a Santa Missa, que renova o Sacrifício da Cruz
e opera o milagre da transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Jesus
oferecido por nós. Tinha razão S. Afonso Maria de Ligório ao dizer que Deus não poderia
fazer uma coisa maior que a Santa Missa. Pe. Pio dizia que a Santa Missa é infinita como
Jesus. Por isso os santos amavam a Santa Missa com uma paixão ardente. S. Francisco de
Assis queria ouvir ao menos duas Santas Missas ao dia e quando estava doente, queria que
um irmão celebrasse em sua própria cela. E nós? Não é verdade que tantos cristãos fazem
dificuldades até pra ir à Santa Missa aos domingos? Quão pouco se compreende deste
Mistério divino que é a riqueza infinita da Igreja. Se quisermos amar Maria não podemos
esquecer que nunca estamos tão perto dela como quando estamos juntos do altar onde se
renova o sacrifício do Calvário (cf. Jo 19,25) Ao Pe. Pio perguntaram se Maria estava
presente durante a Santa Missa. Respondeu em tom de surpresa: "Mas não A vêem no
tabernáculo?"

A Santa Comunhão

Com a Santa Comunhão Jesus se doa a cada um de nós para nos nutrir do Seu Corpo e do
Seu Sangue. "A minha carne é verdadeiro alimento e o meu Sangue é verdadeira bebida" (Jo
6,56) Nutrimento Divino. Nutrimento de Amor e de infinito valor e força. "Bem-aventurados
os convidados à ceia nupcial do Cordeiro!" (Ap 19,9). Quem não come deste pão
enfraquecerá espiritualmente dia após dia. Jesus o disse com palavras claras: "Se não
comerdes minha Carne e não beberdes o meu Sangue, não possuireis a vida em vós" (Jo
6,53). Por isso os santos tinham fome de Jesus e eram heróicos ao fazer qualquer sacrifício
para não se privarem do Pão da Vida descido do Céu (cf. Jo ,35-59). O Beato José Moscati
fazia todas as manhãs a Santa Comunhão. E quando ia viajar para o estrangeiro a
congressos científicos dos médicos, viajava de noite ou descia de aeronaves, girava as
cidades sempre de jejum desde a meia-noite procurando uma Igreja para Comungar. Ele
dizia não se sentir capaz de iniciar visitas médicas se antes não tivesse recebido Jesus. E
nós? Temos talvez a Igreja a poucos passos, mas não sentimos nenhuma atração pela Santa
Comunhão. Somos capazes de ficar sem comunhão até aos domingos. Pobre de nós! Que
Nossa Senhora nos ilumine e nos sacuda!

Se rezarmos a ela com alegria, Ela nos dará a Graça e a força de aproximar-nos até mesmo
todos os dias à Santa Comunhão, porque na Terra não existe nada mais que a faça mais
contente quanto a mostrar-lhe Jesus nos nossos corações. Então Ela nos aperta contra o seu
coração em um único abraço com Jesus.

Com Jesus e por Jesus

A Santa Missa e a Comunhão me enchem de Jesus para me fazer viver com Jesus e para
Jesus o dia inteiro. Com que frequência, durante o dia, o amor de Jesus me deveria reportar
à Eucaristia! Por isso S. Francisco de Sales e S. Maximiliano Maria Kolbe tinham o propósito
de fazer a Comunhão Espiritual a cada quarto de hora! Por isto os santos procuravam toda
hora e todo momento para correrem e estarem perto de Jesus sempre que possível. As
visitas Eucarísticas, as horas de adoração, o pouco tempo de oração junto ao Sacrário, eram
a paixão dos santos. E como se industriavam. S. Roberto Belarmino, quando jovem, indo à
escola, passava na frente de duas Igrejas: indo e voltando, fazia 4 visitas à Eucaristia. A
Beata Anna Maria Taigi, mãe de 7 filhos, tinha todo cuidado para fazer ao menos uma longa
visita cotidiana a Jesus Eucarístico. Todo Santo é uma criatura de amor e não pode não
sentir atração pelo Sacramento de Amor.

Precisamos dos Sacerdotes

S. Gema Galgani dizia que no Paraíso iria agradecer a Jesus, sobretudo pelo Dom da
Eucaristia feita aos homens. É impossível que Deus pudesse dar-nos qualquer coisa mais
que Si mesmo! Mas como poderíamos ter a Eucaristia sobre a Terra sem os Sacerdotes?
Eles, somente eles são os dispensadores dos mistérios divinos (cf. I Cor 4,1). Só a eles Jesus
disse depois da 1ª Santa Missa da história, celebrada na 5º feira santa: "Fazei isso em
memória de mim" (Lc 22,19). Por esta divina Missão de renovar o Sacrifício de Jesus, o
Sacerdote é o escolhido por Deus que o separa de todos os outros homens e o Consagra
"Ministro do Tabernáculo" (Hb 5,4; 13,10; Rm 1,1) Feliz o Sacerdote! Os Anjos o veneram
porque ele representa Jesus! S. Cipriano diz com força: "O Sacerdote no altar opera na
Pessoa mesma de Jesus". Mas para ter os Sacerdotes precisamos das vocações sacerdotais. E
não só: precisamos de todas as graças da correspondência e da fidelidade à vocação. Quem
nos doará todas essas graças? A resposta é única: Maria, medianeira universal. Mas
precisamos suplicá-la. Ela é a Mãe do Maior Sacerdote; Ela é a Mãe de todos os Sacerdotes.
Ela criou Jesus para o Sacrifício; Ela cria os Sacerdotes para os conduzir ao Altar do
supremo sacrifício com a idade plena de Cristo (cf. Ef 4,13). Se precisamos tanto de
Sacerdotes, recorramos a Maria, multipliquemos nossas orações e não cansemos de insistir
em obter tamanha graça. Com a oração se obtém as vocações: "Rogai ao Senhor da seara que
envie operários para a sua messe". Com a oração à Maria obteremos as vocações, pois Ela é
poderosa medianeira de amor e misericórdia, como disse Jesus. S. Maximiliano Maria
Kolbe, louco de amor pela Imaculada, em menos de vinte anos, com o seu amor e sua oração
incessante, obteve cerca de mil vocações por seu intermédio. Oh, Maria, Mãe e Rainha dos
Sacerdotes, dai-nos muitos e santos Sacerdotes!

Votos

- Participar à Santa Missa e fazer a Santa Comunhão com Maria;
- Oferecer a Santa Missa e a Comunhão a Maria, para a sua alegria;
- Fazer uma visita Eucarística a fim de reparar os ultrajes à Eucaristia.

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segunda-feira, 21 de maio de 2018

Sermão de São João Maria Vianney - AS TENTAÇÕES






Fonte: YouTube

Um mês com Maria - 21° dia

21° DIA
A CONFISSÃO



O Sacramento da Confissão está todo na parábola do Filho Pródigo (Lc15,11-24). O pecado, o arrependimento, o perdão: o homem peca, o pecador se arrepende, Deus perdoa. São 3 realidades enlaçadas pela misericórdia de Deus. A confissão é o remédio do pecado, é o conforto
do pecador, é o abraço de Deus ao filho que volta. Não tem sacramento mais humano, porque segue o homem e o ampara nas fraquezas e misérias de cada dia, apresentando-lhe o paterno vulto de Deus, que é feliz em perdoar os filhos, porque os quer salvar: "Não quero a morte do pecador, mas que ele se converta de sua conduta e viva" (Ez 33,11).

A quem perdoares...

O perdão dos pecados nos vem de Deus, mas só através dos seus ministros sobre a Terra: os
Sacerdotes. A eles Jesus deixou o seu mandato: "A quem perdoardes os pecados, serão
perdoados; e a quem não perdoardes os pecados, não os serão". (Jo 20,33). Quantas vezes?
Sempre que eles sejam dispostos. Nenhum limite a misericórdia de Deus (cf. Mt 18,22). "A
misericórdia divina é tão grande que nenhuma palavra a pode exprimir e nenhum
pensamento a pode conceber" (S. João Crisóstomo). S. Isidoro afirmou que "não existe
delito tão grande que não possa ser perdoado na confissão". Seja glorificado, Deus, em sua
infinita misericórdia! O que dizer da alegria de Maria quando nos aproximamos deste
sacramento? Ela mesma, toda esplêndida de candor e Graça, a Imaculada, não pode senão
amar imensamente este Sacramento que anula o pecado e faz brilhar as almas dos seus
filhos. Certamente toda confissão é uma Graça da Maternidade de Maria, que quer ver as
almas dos seus filhos semelhantes a Ela para a alegria de Jesus.

Minha Nossa Senhora, basta!

A Beata Ângela de Foligno, quando jovem, tinha se confessado mal, não contou alguns
pecados por vergonha. Arrastou-se assim por algum tempo, vivendo entre cruéis remorsos,
perturbações e infelicidades. Um dia, sacudiu-se: jogou-se aos pés de uma imagem de Maria
e lhe suplicou aos soluços: "Minha Nossa Senhora, basta! Eu não quero mais viver assim!
Hoje mesmo direi tudo ao meu confessor". E teve a graça de fazê-lo. Era hora! Teve, depois,
uma vida de penitência tremenda que a ajudou potentemente a transformar-se ate o vértice
das mais altas experiências místicas. Nunca duvidemos e não hesitemos em recorrer a Maria
para obter a graça da Confissão. "A boa confissão é a base da perfeição". (S. Vicente de
Paulo) Da confissão se parte e se reparte para as mais altas empresas do espírito e viceversa.
A diminuição e a ausência de confissão fazem caminhar para trás através da estrada
larga e cômoda que leva à perdição. (cf. Mt 7,13).

Se te acusas, Deus te desculpa

Parece incrível, mas são muitos os cristãos que não apreciam e fogem do Sacramento da
Confissão. Só teriam a ganhar, mas ao invés, nem se dão conta disso. Tão prontos para ir ao
médico pelo menor mal-estar do corpo, descuidam-se, porém, da saúde da própria alma
como se fosse um pano de chão. Talvez ignorem os grandes benefícios do sacramento, ou o
consideram só no seu aspecto mais penal: a acusação das próprias misérias. É necessário
considerar os grandes frutos positivos que a Confissão nos dá.

Na vida de S. Antônio de Pádua se conta que um dia um grande pecador foi confessar-se
com o Santo, depois de ter ouvido um sermão seu. O arrependimento do pecador era tão
vivo que lhe impediu de falar pelos contínuos soluços. S. Antonio então lhe disse: "Vai, filho,
escreve teus pecados e depois volta". O penitente foi, escreveu os pecados em uma página,
voltou ao Santo e leu a lista das culpas. Qual não foi a surpresa, ao fim da leitura, deu-se
conta que a página tinha voltado a ser branca, sem um traço de escrita. Eis o símbolo da
alma que volta pura da confissão. Diz S. Agostinho: "Quando o homem descobre as suas
falhas, Deus as vigia; quando as esconde, Deus as descobre; quando as reconhece, Deus as
esquece." Ainda mais eficaz é S. Francisco de Assis com esta breve frase: "Se tu te desculpas,
Deus te acusa; se tu te acusas, Deus te desculpa." Pelo resto, continua S. Agostinho: "é
preferível suportar uma ligeira confusão a um só homem que ver-se coberto de vergonha
junto a inumeráveis testemunhas, no dia do Juízo". Era isto que também Pe. Pio dizia aos
seus penitentes. E é assim.

Os três quadros

Por isto S. Carlos Borromeu, antes de confessar-se, parava para meditar sobre 3 quadros que
tinha mandado pôr na sua Capelinha. O 1º representava o Inferno com os seus danados
maltratados horrivelmente: isto servia para inspirar salutar temor. O 2º representava o
Paraíso com os Bem-aventurados extasiados de alegria: isto lhe dava uma carga de empenho
para evitar o pecado e não perder o Paraíso. O 3º representava o Calvário com Jesus
crucificado e Nossa Senhora das Dores: isto lhe enchia o coração de dor vivíssima pelos
sofrimentos causados a Jesus e a Maria com os pecados, convidando-o ao mais firme
propósito de fidelidade e de amor. Confessar-se assim significa não só purificar-se das
culpas, mas enriquecer-se e crescer cada vez mais na vida da graça. E pensar que S. Carlos
Borromeu confessava-se todos os dias...

Confessar-se todas as semanas

Se cada confissão é um tesouro de graça porque lava a minha alma no Sangue de Jesus,
purificando-a "das obras de morte" (Hb 9,14) é claro que precisamos aproveitar com grande
interesse e frequência! De quando em quando confessar-se? A norma áurea da vida cristã é a
Confissão semanal. Muitos santos, é verdade, confessavam-se mais vezes por semana, e até
todo os dias: S. Tomás de Aquino, S. Vicente Ferrer, S. Francisco de Sales, S. Pio X... Mas se
nós não somos capazes de tanto, não devemos porém, fazer passar a semana sem nos lavar
santamente no Sangue de Jesus. Como era pontual à Confissão ao menos semanal, para S.
Maximiliano Maria Kolbe. Proponhamo-nos seriamente nós também esta norma,
respeitando-a fielmente: cada confissão é uma Graça de Maria, Mãe de Misericórdia. E se
Ela em Lourdes e em Fátima recomendou tanto a Penitência, lembremo-nos que a maior e
mais salutar penitência é aquela sacramental: a Confissão frequente. Sobretudo, porém,
devemos confessar-nos o mais depressa quando cometermos pecado mortal. Não nos
contentemos do Ato de Dor e nunca fazer a Comunhão sem nos termos confessado, porque
faríamos só um sacrilégio horrendo: "se recebe a própria condenação", grita S. Paulo (I Cor
11,29). E seria mesmo uma loucura fazer um sacrilégio tendo à disposição o Sacramento da
Misericórdia. Maria nunca o permita.

Votos

- Propósito de se confessar toda semana;
- Pedir perdão de todas as confissões mal feitas;
- Meditar a parábola do Filho pródigo (Lc 15,11-32)

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domingo, 20 de maio de 2018

Um mês com Maria - 20° dia

20° DIA
SANTIFICAR AS FESTAS DE PRECEITO E DOMINGO

Parece incrível que se deva fazer força para obter dos cristãos de não
trabalhar nos domingos e em festas de guarda para dedicar-se ao
Senhor e à própria alma. Não só, mas o cúmulo é que só se consegue
obter o descanso festivo e a participação à Santa Missa só de uma
pequena minoria de cristãos. Já chegamos a este ponto! Com quais
consequências? Aquelas já previstas pelo Papa Leão XIII: "Não
respeitar os domingos, este é o princípio de todos os males: é a festa
apagada, a eternidade esquecida, é Deus excluído da vida do homem." É o quadro mundial
da sociedade de hoje: ateísmo, laicismo, materialismo, animalismo. Com o Concílio
Vaticano II, o domingo ficou posto ainda mais em lugar de honra, como o dia do Senhor e o
dia da alegria do homem. Todos os domingos" os fiéis devem reunir-se em assembléia para
ouvir a Palavra de Deus e participar à Eucaristia. O domingo é a festa primordial que deve
ser proposta à piedade dos fiéis, de modo que resulte também em um dia de alegria e de
descanso" (SC, n.106). Todos os domingos, os cristãos hão de ganhar para a alma, com a
nutrição espiritual que recebem da S. Missa para o corpo, com o descanso que restaura das
fadigas da semana. Só temos a ganhar! O domingo recarrega de energias a alma e o corpo. É
um dom de Deus. É dia de graça. "Este é o dia que o Senhor fez para nós" (Sl 117,24). Por
isso, S. Tomás Moro, o Chanceler da Inglaterra, mesmo quando com a perseguição foi preso,
festejava o Domingo, mandando trazer e vestindo os hábitos da festa para agradar o Senhor.

Todos à Santa Missa

As duas coisas mais importantes das festas são a participação à Santa Missa e o repouso do
trabalho. A participação na Santa Missa não consiste em estar presente na Igreja durante a
celebração, porque os bancos e as paredes também estão, mas em participar ativa e
sentidamente: ativa no seguir ponto por ponto o desenrolar dela; sentida no unir-se
vivamente a Jesus que se sacrifica no Altar entre as mãos do sacerdote. A participação é
plena se se recebe também a Comunhão, depois de ter devidamente purificado a alma com o
Sacramento da Confissão. É este o Domingo do cristão: Confissão, Santa Missa e
Comunhão. São três tesouros de infinito valor que enriquecem maravilhosamente a vida da
Graça. Em tal modo, o domingo é o "Dia do Senhor" e a "Festa da Alma". Muitos cristãos se
contentam só com a Santa Missa. Por quê? Porque estão provados dos dois Sacramentos da
Confissão e Comunhão. E se pode chamar dia do Senhor um domingo sem a Comunhão? Os
antigos cristãos chamavam o domingo também com duas palavras: Dies Panis: Dia do Pão,
porque todos participavam à Santa Missa e recebiam Jesus Eucarístico, Pão do Céu (cf. Jo
6,41). Não devia ser assim também hoje para todos os cristãos?

É pecado mortal

O dever da Santa Missa festiva é grave. Quem não participa à Santa Missa festiva comete
pecado mortal. Só o caso de grave necessidade ou de impossibilidade (doença) faz evitar o
pecado. Nem vale escutar a Santa Missa pelos meios de comunicação. Este é um ato de
devoção útil a quem está privado de ir a Igreja. A Santa Missa é o ato comunitário e social
por excelência. Por isto é necessária a presença viva no seio da comunidade. Lembremo-nos
sempre: pela sua importância, a Santa Missa deve ocupar o 1º lugar no domingo. Tudo lhe
deve ser subordinado e condicionado. Quando o Pio Alberto I, Rei da Bélgica, encontrou-se
nas Índias, organizaram-lhe uma esplêndida excursão para o dia de domingo. O programa
foi apresentado ao Rei, que examinou e logo disse: "Esquecestes um ponto: A Santa Missa.
Este antes de mais nada."

Que lição para tantos de nossos excursionistas, tão prontos em sacrificar a Santa Missa e
em transformar o domingo de "Dia do Senhor" em "dia do demônio". Ainda mais edificante
é o exemplo que dão alguns simples fiéis, que enfrentam sacrifícios duros para não
perderem a Santa Missa. Uma senhora deve percorrer a pé diversas horas do caminho; um
operário que pode correr à Santa Missa só às primeiras horas do dia; uma mãe de muitos
filhos que nunca perdeu uma Missa...

O repouso festivo

Para louvar o Senhor, para a Ele dedicar-se, cuidando da própria alma, é necessária a
abstenção do trabalho. Ensina S. Gregório Magno: "No domingo se deve interromper o
trabalho e dar-se à oração, para que as negligências dos dias precedentes sejam descontadas
com a oração deste grande dia". Se se pudessem escutar de novo os sermões que S. Cura
d'Ars fez por 8 anos contra o trabalho festivo, ficaríamos tocados e comovidos. Dizia o
Santo: "Se perguntamos a quem trabalha no domingo: O que estais fazendo? Deveria
responder: Estou vendendo a alma ao demônio e colocando Jesus na Cruz de novo,
condenando-me ao Inferno". Próprio naqueles tempos Maria aparecia nos montes de La
Salette e advertia: "O Senhor vos deu seis dias para trabalhar, reservando-se o 7º, e não o
quereis dar. Eis o que faz ficar pesado o braço Divino". É possível que temamos de perder, se
servimos o Senhor, observando o seu Mandamento? "Gente de pouca fé! Procurais antes o
Reino de Deus e a sua justiça, e o mais vos virá por acréscimo!" (Mt 6,33). O pai de S.
Terezinha tinha uma ourivesaria. Aberta toda a semana e fechada os dias festivos. Uma
pessoa aconselhou-o a abri-la nos dias que fechava, já que os camponeses iam nestes dias
fazer compras. Até seu confessor o autorizou. Mas ele não quis. Preferia perder aquele lucro
a afastar uma só bênção de Deus sobre a sua família. E o Senhor o fez enriquecer com os
lucros da loja.

É fundamental

Observar o 3º mandamento é fundamental para a vida do cristão. Frequentar a Igreja,
aproximar-se dos Sacramentos, participar à Santa Missa, ouvir a Palavra de Deus, são
alimentos vitais da vida cristã. Privar-se significa condenar-se à ruína, ao sofrimento eterno.
Um venerado Bispo Francês, ao preparar o seu túmulo, fez esculpir uma pedra com estas
palavras: "Lembrai-vos de santificar as festas, porque só isso me basta. Se os fiéis me
obedecerem, chegarão certamente à salvação. "Tinha razão. Quem santifica as festas se tem
em relação com Deus e fica de domingo sob seu salutar influxo e chamada. Por isso Pe. Pio,
na Confissão, era muito severo ao fazer respeitar este mandamento, e muitos penitentes
tiveram por causa deste pecado recusada a absolvição, mandados embora bruscamente com
um: "Vai embora, desgraçado!" Maria, Mãe de Jesus e nossa, quer ver ao menos todos os
domingos reunidos em volta do Altar, em volta de Jesus, seus filhos. Ela nos quer todos os
domingos para nos poder ter no Domingo Eterno, que é o Paraíso.

Votos

- Oferecer o dia em reparação dos pecados contra o terceiro mandamento;
- Convencer em santificar a festa a algum dos parentes ou amigos que não santifica;
- Meditar atentamente sobre a Palavra de Deus no domingo.

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sábado, 19 de maio de 2018

Um mês com Maria - 19° dia

19° DIA
O VIGÁRIO DE CRISTO


O primeiro filho de Maria, depois de Jesus, é o Papa. Ninguém pode
tirar ao Vigário de Cristo este primeiro lugar no Coração de Maria.
Se nós quisermos amar muito o Papa, devemos pedir esta Graça a
Maria, porque quem o pode amar como Ela? O Papa é nossa rocha,
uma rocha evangélica, divina, criada pela palavra Viva de Jesus,
Verbo Encarnado: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a
minha Igreja", (cf. Mt 16,18). Justamente S. Francisco de Sales dizia
que Jesus, a Igreja e o Papa são um só. É impossível dividi-los. Eles
são a pedra angular (cf. Lc 20,17) da humanidade, do mundo, do universo a salvar. Por isso
existe tanta superficialidade nas palavras de quem diz que aceita Jesus Cristo e a Igreja, mas
não o Papa. Quando Napoleão prendeu o Papa Pio VII para decidir algumas questões sobre
a Igreja, reuniu ele mesmo em Paris, muitos Bispos - o da França e da Itália - e queria que
deliberassem sobre os pontos em questão. Mas os Bispos ficaram em absoluto silêncio.
Napoleão insistiu e fez fortes pressões. Nada. Então começou a perder a paciência e a
ameaçar. A esta altura, o mais ancião dos Bispos levantou-se e disse calmamente: "Senhor,
esperamos pelo Papa. A Igreja sem o Papa não é Igreja".

Não se pode enganar

O Papa é o único mestre sobre a Terra que nunca se pode enganar no ensinamento da fé e da
moral. "A fé romana é inacessível ao erro". (S. Jerônimo) E é por isso que S. Cipriano podia
afirmar: "A Igreja de Roma é raiz e mãe de todas as Igrejas". Somente quem está unido ao
Papa está certo de estar na verdade infalível daquilo que se deve crer e fazer para se salvar. É
o próprio Jesus que quer a infalibilidade de S. Pedro: "Rezei para que não te falte a fé" (Lc
22,32). É Jesus mesmo que o quer como nosso guia infalível: "Confirma os teus irmãos"
(idem). Por isto o Papa é o único mestre universal e que nunca perderá a fé. Aliás, é o único
que pode confirmar a fé dos cristãos, garantindo-a infalivelmente de todo erro doutrinal e
moral. Neste sentido, sobre a Terra, o Papa é o Supremo Teólogo, Biblista, Moralista.
Somente a sua palavra de mestre universal é garantida divinamente por Jesus, "Caminho,
Verdade e Vida" (Jo 14,6). Por isto S. Tomás de Aquino, chamado "mestre do mundo",
estava pronto em renunciar a qualquer pensamento dos Grandes Santos Padres em frente ao
pensamento do Papa.

O fracasso do Inferno

Contra o Papado fracassaram não só todos os homens que quiserem lutar, mas todo o
Inferno. É sempre Jesus a garanti-lo: "As portas do Inferno nunca prevalecerão" (Mt 16,18).
E não só os inimigos não prevalecerão, mas se destruirão sobre esta pedra angular, rocha
contra a qual bate pedra e ruína. "De fato, contra ela irão lutar aqueles que não quiserem
acreditar no Evangelho" (I Pd 2,7-8). Contra ela foi bater Lutero, o impenitente heresiarca,
que ofendia e maldizia o Papa: "Oh, Papa! eu serei a tua morte! Sim, eu, Papa Lutero I! Por
mandamento de Nosso Senhor Jesus Cristo e do Altíssimo Pai, te mando ao Inferno!" Pobre
e infeliz Lutero. Contra o Papa se atirou também o terrível Napoleão. O Papa lhe disse: "O
Deus de outros tempos ainda vive. Ele sempre destruiu os perseguidores da Igreja". Na Ilha
de S. Helena, Napoleão lembrava estas palavras e dizia a um amigo: "Ah, Porque não posso
gritar daqui àqueles que têm qualquer poder sobre a Terra: respeitai o representante de
Jesus Cristo. Não tocai no Papa, senão sereis destruídos pela mão vingadora de Deus.
Melhor, protegei a Cátedra de S. Pedro."

Os falsos mestres

Escrevendo a Timóteo, S. Paulo ensinava esta importante verdade: "quando não mais se
suportar a doutrina sã, procuramos uma multidão de mestres que consentem de secundar as
próprias paixões e que falem de fantasias ao invés de verdades" (II Tm 4,3-4). Basta ler
certos livros de teólogos considerados grandes e célebres para dar razão e S. Paulo de olhos
fechados. E estes teólogos são "uma multidão" e preparam um mercado enorme de livros e
revistas que são como comida podre, avariado ou suspeita. Pobres os incautos que os
compram! Estes teólogos são os falsos mestres de quem falam os terríveis S. Pedro e S.
Paulo (II Pd 2, 2-11, I Tm , 3-7; 4, 1-11,; 6, 3-; II Tm 3,1-7; 4,1-5). Estes falsos mestres são
chamados pelo Papa Paulo VI "teólogos de quarto" ou "auto-teólogos" e deles diz ainda: "é
necessário desconfiar, porque fazem naufrágio da fé" (cf I Tm 1,19).

Rezar pelo Papa

A pequena Jacinta, antes da morte, teve uma visão na qual se via o Papa em meio a
gravíssimos sofrimentos. A pequena vidente recomendou com todas as suas forças, da parte
de Maria, de rezar pelo Papa, de sofrer com ele e por ele, do dever de pastorear o rebanho
universal (cf. Jo 21, 15-17). Sabe-se que sempre existiram almas generosas que ofereceram e
dedicaram a vida pelo Papa. S. Vicente Strambi, confessor do Papa Leão XII, ofereceu-se
como vítima para fazer viver longamente o Papa. E assim foi: O Papa viveu por outros cincos
anos, e o Santo morreu cinco dias após sua oferta. Guido Negri, corajoso soldado, morreu
acertado na fronte depois de ter oferecido sua vida pelo Papa. Nós todos podemos
demonstrar ao Papa o nosso filial apego, como o demonstra S. Maximiliano Maria Kolbe,
que considerava cada vez uma entusiasmante Graça pode ver o Papa, avizinhar-se, beijarlhe
a mão, como o demonstrava Pe. Pio, que queria ter sempre a foto do Papa ao lado
daquela de Maria. E pouco antes de morrer, escreveu uma carta ao Papa para renovar-lhe a
sua total dedicação.

Votos

- Oferecer o dia pelo Papa;
- Dizer um Rosário pelo Papa;
- Fazer uma mortificação pelo Papa.

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