quinta-feira, 18 de julho de 2019

Hipocrisia e salvação


QUINTA-FEIRA, 18 DE JULHO DE 2019

Hipocrisia e salvação


Sempre nos deparamos com aquelas pessoas que criticam a nossa fé acerca do argumento da hipocrisia, dizendo que “não é preciso religião e nem credos e sim a pureza e a sinceridade no jeito de ser, pois há inúmeros - suma maioria por sinal - de crentes hipócritas lotando as Igrejas com ares de santidade”. Diante disso, não é de se espantar que seja um tremendo fato, mas onde não há isso também não há salvação, pois, sendo assim, não seria preciso. Um lugar onde só há pessoas santas e consequentemente salvas é o céu. Logo, para se chegar a Ele será preciso ter fé, ter a religião católica e, claro, ser salvo por tais ações como a caridade, lealdade aos mandamentos, fidelidade aos sacramentos e, principalmente, da união íntima e amorosa com Deus. Neste último esconde-se de muitos que é o principal fundamento para a salvação, e com isso o aniquilamento da hipocrisia, pois a Deus ninguém engana.

Perguntou-me um jovem: “sendo eu uma pessoa boa e honesta, e que pratica o bem, e que com isso, pelo simples fato de não acreditar na religião, em Deus, poderia alguém julgar-me como um condenado?” Primeiro, disse a ele: eu não tenho autoridade para julgar quem será ou não salvo; e segundo, diante dessas colocações, não fica difícil dizer racionalmente, que, mesmo com tais boas ações e bom comportamento moral, neste caso, é impossível a salvação por causa da falta de amizade com Deus. Se não crê em Deus e a verdade, a Igreja Católica - que é o meio com que Ele se comunica e se revela através da história - também não, como é possível querer a salvação? Pode uma pessoa que, tendo inimizade com Deus, querer habitar com Ele? Não faz lógica. Por acaso aceitaria alguém morar eternamente com o seu inimigo?

O mundo hoje grita estes argumentos absurdos aos nossos ouvidos o tempo todo e é tão fácil simular tal julgamento divino como neste apresentado pelo jovem anteriormente. Deus se revelou feito homem e nos comunicou a fé, deixou o Espírito Santo para nos guiar através da Santa Igreja Católica, e isso sim é um fato extremamente verdadeiro. Logo, conclui-se que a salvação é mais uma questão de lógica (nesses casos) que uma opinião moral ou meramente religiosa. Não faz sentido não crer e querer recompensa por algo que a crença exige. O mundo moderno está tão enlouquecido que as pessoas inventaram uma nova religião: a do “achismo”.

 

Fonte: https://catequeseeconhecimento.blogspot.com/2019/07/hipocrisia-e-salvacao.html?m=1

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Eucaristia: Um alto teste de fé



Acreditar em si mesmo sem a luz do Espírito Santo é um tanto arriscado. Por causa do pecado original somos sujeitos a todo engano devido ao nosso egoísmo e a nossa miséria. Logo, acreditar que somos capazes de algo sobrenatural, sem a luz da fé e da graça, é um ledo engano e até uma heresia. Dependemos inteiramente da graça para obtermos a luz da fé em nossas almas e assim adquirir os frutos do Espírito Santo. No entanto, leva-me a pensar no que a revelação de Deus através das espécies consagradas, pão e vinho, a divina Eucaristia, é capaz de realizar na história uma divisão, ou mais propriamente um “filtro” na fé cristã.

Quando Jesus anunciou àqueles discípulos que eles teriam que comer a sua carne e beberem o seu sangue para obterem a vida eterna, muitos o deixaram. E dos que ficaram com Ele, Pedro, disse o que deveria ser dito e que deve ser dito por todos nós em alta voz até os dias de hoje: “A quem devemos ir. Só tu tens palavra de vida eterna.” Mais singular ainda é analisar esta “purificação” com a atitude de Judas Iscariostes. Este, depois de estar presente nesta primeira ocasião, certamente teve suas dúvidas. Dúvida que carregou consigo até saná-la durante a revelação final na Santa Ceia em que Jesus disse: “Este é o meu corpo e meu Sangue..” Judas desde então não teve mais dúvidas, e resolveu abandonar o Senhor. A mensagem da Eucaristia é muito dura e digna de um “divisor de águas”, um alto teste de fé. Ou cremos que Jesus está presente divinamente e humanamente nela ou façamos como Judas, que, além de abandoná-lo, o entrega como um ladrão às “autoridades”do mundo.

Mais do que nunca tal teste de fé é aplicado continuamente ao longo dos mais de dois mil anos da nossa Igreja. Martinho Lutero não creu. Muitos não creram. Anjos como Lúcifer também não. Tendo sido testados semelhantemente no céu, Lúcifer e os seus, também sucumbiram com a soberba e desceram ao precipício da perdição por não acreditar nas promessas de Deus.

Eis o pão dos anjos! Eis a Eucaristia! Que deve ser adorada e exaltada por todos os séculos dos séculos, amém!

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Feliz 2019!


Dia 31 de dezembro. Percebo as pessoas nervosas, correndo pra lá e para cá. Já é fim de tarde, vésperas da virada do ano. Todos estão estressados; ouço roncados dos motores no semáforo que mal abriu o sinal verde; vejo motos ultrapassando de forma irregular, ônibus buzinando, pedestres atravessando fora da faixa, um grupo de meninas adolescentes trocando de roupa no ponto de ônibus, um desespero. Ouço o sino das 21:00 na Igreja próxima, a tensão parece que aumenta a cada minuto. 

Quando se aproxima nessas épocas é sempre a mesma história. As pessoas ficam desnorteadas porque a tão esperada diversão se aproxima. Tento imaginar o que passa na cabeça de cada uma: a namorada no telefone perguntando se o rapaz já foi liberado do trabalho; a dona de casa correndo para comprar algo que falta; outro que esqueceu a bebida que não pode faltar; todo o rebuliço para que esteja tudo pronto para a chegada do ano novo. Parece que nada dará errado, somente alguns pequenos contratempos; um verdadeiro cronograma de responsabilidades com as horas, e se acaso alguém vacilar será o primeiro crucificado do novo ano.

Mas o inevitável pode acontecer e acontece. Acidentes de carro, brigas de trânsito, desentendimentos, momentos tristes que resulta em mortos e feridos. As pessoas não se dão conta da vida do outro quando é o momento de diversão delas que está em jogo. 
“F***-se!” Disse uma senhora (bonita) quando esbarrou em uma outra que vinha em sentido oposto e que veio a cair numa entrada de supermercado. “Aqui pra você!” disse o motorista -  com o dedo em riste - que teve uma fechada de trânsito por um senhor que estava com os netos voltando de um dia de lazer: as crianças estavam cantando e fazendo barulho dentro do veículo e o senhor não ouviu a buzinada de alerta. “Sinto muito.” Disse o filho se desculpando ao telefone porque não iria passar mais uma virada de ano com sua mãe idosa que ficara sozinha assistindo televisão em casa. Ele havia agendado com a sua turma de amigos e iria passar a festividade junto deles naquele dia. “Já é!” Disse um adolescente com uma garrafa de bebida nas mãos ao escolhê-la para a mesma ocasião.

Um pai desempregado junta o seu filho e esposa num abraço apertado com os olhos lagrimejados em direção a cruz no seu humilde oratório pedindo a Deus que não falte o necessário para a sua mesa. A sua geladeira está vazia. Uma criança encosta os joelhos em seu rosto molhado de lágrimas e com as mãos tapa os ouvidos para não ouvir a briga de seus pais. A mãe com sua filhinha de colo - em casa sozinhas - aguarda o marido que trabalha em um serviço perigoso de vigilância. No hospital, uma enfermeira que não vê o pai há anos, está recebendo feridos por causa de uma briga de bar. Outra enfermeira, mãe solteira de três filhos, atende uma prostituta violentada por 4 rapazes naquela noite.

E enfim, chega a esperada festa: fogos de artifício, brindes, gritos de alegria, beijos calorosos; e muitos cumprimentos de feliz ano novo, muita saúde e dinheiro no bolso, muita paz.

O bem e o mal sempre se encontram, mas nem sempre acontece o mesmo com o sentido e os sentimentos: estes insistem em quererem ir na mesma direção, mas há sempre os “sinceros votos” carregados da hipocrisia de que existe um mundo feliz que vai de encontro ao que de fato existe na mente humana. As fantasias hipnotizam as pessoas e estas se deixam levar sem ao menos parar para se olharem no espelho. Este é o mundo louco da ilusão que carrega todos para a mesma festa de fim de ano e que pode custar o fim da vida.

Devemos aprender que em todo momento tudo pode acontecer, e que, prestando contas dos nossos atos ou não, o fim da vida pode encontrar-se com o fim do ano; é uma possibilidade. Pena que para o homem que viaja nas nuvens do seu egoísmo e da sua ilusão não encontra um meio para aterrissar com segurança no porto seguro que o espera, bem aqui, nesta terra de sofrimentos. 

Cristo está vivo e deixou a Igreja para nos guiar até Ele; não a percamos de vista do início ao fim do ano, do início ao fim da vida. É com os sacramentos que vamos carimbando o nosso passa porte para o céu. Não percamos de vista o Senhor e suas promessas; e com a Igreja encontraremos a verdadeira felicidade - Jesus Cristo - que durará eternamente e não uma única noite.

Que em 2019 os seus sonhos possam se realizar e a sua fé possa crescer cada vez mais!