quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

A subjugação dos cortes ✂

Um texto sem contexto perde sua razão. Uma onda de cortes invade a internet, e os meios se complicam com seus receptores com opiniões que muitas vezes não vem ao caso.

A gana por “views” e a autossatisfação sobrepõe o valor da informação.

Essa desonestidade atrapalha outros que têm ou até teriam boas intensões. Mas isso não é de hoje não é mesmo? No nosso meio estamos mais do que acostumados com isto: muitas pessoas de outras seitas vêm até nós com seus “cortes” da bíblia, com versículos isolados, afim de nos persuadir as suas ideias e intensões. Como estamos preparados?

Um simples corte se tem um bom efeito por trás de um contexto desconexo? Sendo assim, o emissor lança um corte desconectado com o real contexto baseado no sentido em que o mesmo deseja propor. E no final, a conclusão é a persuasão e atração para tal “ensino”.

E assim muitos vão ladeira abaixo.


Texto escrito por Wagner Soufer

Antífona e Salmo 110

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

“Mas, e os evangélicos? Dizendo assim não vos ofendem? ”

 “Mas, e os evangélicos? Dizendo assim não os ofendem? ”


Quantas e quantas vezes já vimos muitos se calarem ou até mesmo a gente se calar para não dizer verdades aos outros por medos de os ofenderem. E mais, quando omitimos verdades para não “causar discórdias” porque há no meio pessoas que professam outras crenças.


Bom, primeiro, se fosse assim, não se chegaria até aqui em 2021, as palavras e ações do santo evangelho pela ação da santa Igreja através dos seus santos. Sim, foi através deles que Cristo se configurou em seu corpo místico no qual o Espírito Santo nos transmitiu todo o testemunho Dele.

Mas, e nós? E você? 

Por quantas vezes omitimos, não dizemos verdades porque em nosso meio existem receptores (pessoas) que professam crenças diferentes? Há quase sempre aquela famosa objeção no íntimo: “Mas, e os evangélicos? Dizendo assim não os ofendem? ”


Aqui especificadamente citamos os nossos irmãos evangélicos por serem eles donos de uma grande parcela da nossa sociedade. Somos irmãos, vivemos em liberdade e professamos a nossa fé com respeito mútuo. Porém, o que nos cabe em tais momentos é, claro, o respeito, mas não faltando com a verdade. Muito simples: percebe quando um judeu ou até mesmo um bom protestante fala de sua crença para os outros? Ele não fica constrangido, com vergonha, inseguro, ele se manifesta com convicção. Um judeu até me disse assim certa vez: “nós (judeus) cremos assim; temos tal costume; tal tradição...etc.” Eles estão pouco se importando com o que a gente acha ou deixa de achar. Eles testemunham com convicção.

Mas nós católicos ficamos tímidos e acanhados, e amedrontados por qualquer objeção. E não deveria ser assim.

Contudo é preciso força e auxílio do Espírito Santo. Não precisa ser um teólogo para debater; não precisa ser um “entendido”; precisa ter fé. Fé em Cristo, no evangelho e na Igreja. Sim, crer o que ensina a Igreja!

Vejamos: 

  • A Igreja surgiu antes da bíblia. 
  • Foi por meio dela que a bíblia qual temos hoje foi escrita.
  • Quem escreveu os evangelhos e as cartas apostólicas foram os santos padres e bispos da Igreja nascente.
  • Os santos padres (patrística) também escreveram diversos outros livros espirituais de grande profundidade teológica que não estão na bíblia e que muitos são datados da mesma época.
  • Os santos mártires morreram por causa das palavras e testemunho dos evangelhos.



  • Houve também santos que morreram protegendo os papiros, escritos sagrados.
  • Os monges copiavam as escrituras e a traduziam. Cópias que eram feitas à tinta, e que duravam por vezes uma década para se concluir. Somente por volta do século XV que foi inventada a impressão, muito antes da revolta protestante.

  • A Igreja Católica existe desde os tempos primitivos do anúncio do evangelho, com datas estipuladas em escritos antigos por volta do ano 105 DC. Lembrando que Cristo não deu “nome” a Igreja, mas a fundou e incumbiu todo o resto da missão aos seus discípulos. Estes, sim, a chamaram de Católica por ser “universal”, “completa”, “toda”, “única”.


Logo, mesmo depois disso, (e muito mais) o católico fica acanhado ao se manifestar o seu credo para os outros irmãos e com receio de ser rechaçado por outros que professam uma crença diferente?


Não se deve temer. É por meio da fé e das atitudes que se testemunha Jesus. Maria santíssima, catequista por excelência, conseguia através de seu silêncio manifestar ardor e amor inigualáveis, capazes de converter os mais incrédulos. Logo, não se abre a boca quando não sabe o que dizer, mas, reza e pede o auxílio à graça e ao Espírito Santo para se manter firme na fé e com concretas atitudes, onde o verdadeiro testemunho do amor de Cristo rompe todas as fronteiras e leva almas para o céu.







sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Pe. Paulo Ricardo | Homilia 14-10-2021 | Dia de Santa Teresa Dávila


Santa Teresa de Ávila


Com grande alegria, lembramos, hoje, da vida de santidade daquela que mereceu ser proclamada “Doutora da Igreja”: Santa Teresa de Ávila (também conhecida como Santa Teresa de Jesus). Teresa nasceu em Ávila, na Espanha, em 1515, e foi educada de modo sólido e cristão, tanto assim que, quando criança, se encantou tanto com a leitura da vida dos santos mártires a ponto de ter combinado fugir com o irmão para uma região onde muitos cristãos eram martirizados; mas nada disso aconteceu graças à vigilância dos pais.

Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila onde viveu um período no relaxamento, pois muito se apegou às criaturas, parentes e conversas destrutivas, assim como conta em seu livro biográfico.

Certo dia, foi tocada pelo olhar da imagem de um Cristo sofredor, assumiu a partir dessa experiência a sua conversão e voltou ao fervor da espiritualidade carmelita, a ponto de criar uma espiritualidade modelo.

Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual, São João da Cruz, também Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita. Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou aos 40 anos de idade, com saúde abalada, a reforma do Carmelo feminino. Começou pela fundação do Carmelo de São José, fora dos muros de Ávila. Dali partiu para todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos. Com isso, provocou muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas.

Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas, principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo : “O Caminho da Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida”. Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em 1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: “Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer”.

No dia 27 de setembro de 1970, o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.

Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Pe. José Augusto | Homilia 14-10-2021 | "“Ai de vós, porque construís os...


28ª Semana do Tempo Comum | Quinta-feira


Evangelho (Lc 11,47-54)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse o Senhor: 47“Ai de vós, porque construís os túmulos dos profetas; no entanto, foram vossos pais que os mataram. 48Com isso, vós sois testemunhas e aprovais as obras de vossos pais, pois eles mataram os profetas e vós construís os túmulos.

49É por isso que a sabedoria de Deus afirmou: Eu lhes enviarei profetas e apóstolos, e eles matarão e perseguirão alguns deles, 50a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, 51desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário. Sim, eu vos digo: serão pedidas contas disso a esta geração. 52Ai de vós, mestres da Lei, porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes, e ainda impedistes os que queriam entrar”.

53Quando Jesus saiu daí, os mestres da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos pontos. 54Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa, por qualquer palavra que saísse de sua boca.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


São Calisto



Os Papas da Igreja são, por excelência, os Príncipes do Cristianismo. E hoje lembramos um dos Príncipes da Fé que mais se destacou entre os primeiros Papas: São Calisto I.

Filho de uma humilde família romana, nasceu em 160. Administrador dos negócios de um comerciante, Calisto passou por grandes dificuldades, pois algo saiu de errado no trabalho, chegando a ser flagelado e deportado para a ilha da Sardenha, onde como condenação enfrentou trabalhos forçados nas minas, juntamente com cristãos condenados por motivos de fé.

Sem dúvida, com a convivência com os cristãos que enfrentavam o martírio, pois o Cristianismo era considerado religião ilegal, Calisto decidiu seguir a Jesus. Mais tarde, muitos cristãos foram resgatados do exílio e a comunidade cristã o libertou.

O Santo de hoje colaborou com o Papa Vítor e, depois, como diácono, ajudou o Papa Zeferino, em Roma, pois assumiu, com muita sabedoria, a administração das catacumbas, na Via Ápia, que eram aqueles cemitérios cristãos que se encontravam no subsolo por motivos de segurança, além disso, também serviam para celebrações litúrgicas e para guardar os corpos dos mártires e dos primeiros Papas para a ressurreição.

Apesar de sua origem escrava, com a morte do Papa Zeferino, o Clero e o povo elegeram Calisto como o sucessor desse. Foi perseguido, caluniado e morreu mártir, quando acabou condenado ao exílio. Segundo a tradição mais segura, morreu numa revolta popular contra os cristãos e foi lançado a um poço.

Durante os seis anos de pastoreio zeloso e santo, São Calisto I condenou a doutrina que se posicionava contra a Santíssima Trindade. Até o seu martírio, ele defendeu a Misericórdia de Deus, que se expressa pela Igreja, perdoa os pecados dos que cumprem as condições de penitência. Desse modo, Calisto combatia os rigoristas que condenavam os apóstatas adúlteros e homicidas.

São Calisto I, rogai por nós!

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Pe. Paulo Ricardo | Homilia dia 13-10-2021 | A última aparição de Nossa ...


28ª Semana do Tempo Comum | Quarta-feira

A última aparição em Fátima;
A Sagrada Família aparece para abençoar o mundo


Evangelho (Lc 11,42-46)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse o Senhor: 42“Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Vós deveríeis praticar isso, sem deixar de lado aquilo. 43Ai de vós, fariseus, porque gostais do lugar de honra nas sinagogas, e de serdes cumprimentados nas praças públicas. 44Ai de vós, porque sois como túmulos que não se veem, sobre os quais os homens andam sem saber”.

45Um mestre da Lei tomou a palavra e disse: “Mestre, falando assim, insulta-nos também a nós!” 46Jesus respondeu: “Ai de vós também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis, e vós mesmos não tocais nessas cargas, nem com um só dedo”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Beata Alexandrina Maria da CostaA+A-


Alexandrina Maria nasceu em Balasar (Portugal), no dia 30 de março de 1904. Aos 14 anos não hesitou em jogar-se pela janela para fugir de três homens que ameaçavam a sua pureza. As consequências foram terríveis, mas não imediatas; depois de alguns anos, ela foi obrigada a ficar em cama por causa de uma paralisia, que foi agravando-se durante os trinta anos que lhe restou de vida. Ela não se desesperou e abandonou-se nas mãos de Jesus com essas palavras: “Jesus, Tu és prisioneiro no tabernáculo como eu sou na minha cama, assim fazemos companhia um ao outro”.

Em seguida, começou a ter experiências místicas cada vez mais fortes, que começaram numa sexta-feira, 3 de outubro de 1938 e terminaram no dia 24 de março de 1942. Experimentou 182 vezes, todas as sextas-feiras, os sofrimentos da Paixão e, desde 1942 até o dia da sua morte, Alexandrina alimentou-se unicamente da Eucaristia por mais de treze anos.

Depois dos dez longos anos de paralisia, que ela havia oferecido para a reparação Eucarística e para a conversão dos pecadores, no dia 30 de julho de 1935, Jesus apareceu-lhe e lhe disse: “Eu te coloquei no mundo para que vivas somente de Mim, para testemunhar ao mundo o valor da Eucaristia (…) A cadeia mais forte que acorrenta as almas a Satanás é a carne, é a impureza. Nunca se viu antes uma expansão de vícios, de maldades e crimes como hoje! Nunca se pecou tanto (…) A Eucaristia, o meu Corpo e o Meu Sangue! A Eucaristia: eis a salvação do mundo”.

Também a Virgem Maria apareceu-lhe no dia 2 de setembro de 1949 com um terço na mão, dizendo: “O mundo agoniza e morre no pecado. Quero oração, quero penitência. Protege com o meu terço aos que amas e a todo o mundo”. No dia 13 de outubro de 1955, aniversário da última aparição de Nossa Senhora de Fátima, Alexandrina exclamou: “Sou feliz porque vou ao Céu”, e às 19h30, desse mesmo, ela dia expirou.

Conhecida como a “Santinha de Balasar”, Alexandrina foi beatificada pelo Papa João Paulo II, a 25 de Abril de 2004. A cura milagrosa de uma devota emigrada na França serviu para concluir o seu processo de Beatificação. Balasar, atualmente, é o segundo local de maior peregrinação em Portugal (o primeiro local é Fátima).

Beata Alexandrina Maria da Costa, rogai por nós!